Um caso curioso ocorreu na Delegacia Seccional de Presidente Prudente (SP), em uma tarde comum do dia 25 de fevereiro. Na ocasião, um dos policiais registrou Boletim de Ocorrência (BO) denunciando furto. Em vez do tradicional texto descrevendo os fatos, o agente decidiu relatar tudo em formato de poesia. A informação foi revelada pelo colunista Josmar Jozino, do UOL, na quinta-feira (30/5).
A vítima relatou, durante o boletim de ocorrência, que um ladrão entrou em sua residência na madrugada e roubou uma lavadora de alta pressão, uma tampa do tanque de combustível, 20 litros de gasolina e outros 20 litros de etanol.
O documento foi gravado, porém, em formato de poesia. A pedido do delegado da equipe de plantão, a SO foi trocada três dias depois. Ele entendeu que a primeira versão não seguia os padrões técnicos da redação policial. O novo documento tem apenas quatro linhas.
Veja trechos do poema
Na doçura do silêncio noturno, permeado pela escuridão que envolve os segredos da madrugada silenciosa, o vilão da nossa trama, como uma sombra furtiva, penetrou na propriedade da respeitável vítima.
Neste ato de profanação, destemido e sorrateiro, ele rompeu a barreira da intimidade alheia e levou consigo os objetos que constam da lista de despojos.
Os bens da vítima serviram de palco para a execução desta sórdida conspiração. Na ausência de sentinelas visuais, as câmeras de monitoramento permaneceram silenciosas, incapazes de registrar os passos furtivos do agente maligno.
Deixou sua marca indelével como um sinal no rastro do agressor, como o rastro de uma cobra que insinua sua presença.
Apesar do lamento do silêncio, as testemunhas não apareceram para narrar o ato infame e o patrimônio da vítima se transformou, por um breve período, em cenário de desventuras e dissabores.
À mercê do destino, este registo serve de crónica dos acontecimentos que se desenrolam na quietude da noite, evocando uma afronta à segurança e trazendo à luz a necessidade imperiosa de restabelecer a paz usurpada.
E assim, como uma pena ao vento, a história termina, aguardando a justiça como sentença final, na esperança de que a luz da verdade dissipe as trevas que cobrem este capítulo indesejado da existência da vítima.
O que diz a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP)
Numa nota enviada ao CorrespondênciaA SSP-SP comentou o caso:
“A Polícia Civil esclarece que não existe um padrão técnico institucional para a redação do histórico do boletim de ocorrência. Porém, deverá conter todas as informações prestadas por quem apresentou os fatos na delegacia. A inscrição é realizada, em regra, por um escrivão sob supervisão de um delegado, mas nada impede que um policial civil de outra carreira o faça.
Quando o boletim de ocorrência tem relação com algum crime, é instaurado um Inquérito Policial, onde o delegado reúne todas as informações da investigação. Há também o Termo Circunstanciado, que é registrado em casos de crimes de menor potencial ofensivo, pois nesses casos não é possível fazer flagrante.”
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