Há três anos, José* deixou o Vale do Mucuriem Minas Gerais, para viver o “sonho americano” em Connecticut, nos Estados Unidos. Ele chegou ao território norte-americano pela fronteira com o México no esquema chamado “cai-cai”. Sem falar inglês, começou a trabalhar como carpinteiro e agora teme ser deportado junto com os mais de 230 mil imigrantes brasileiros, entre os quase 11 milhões de imigrantes ilegais no país, após Donald Trump (Republicanos) decreta deportação em massa.
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“Eu vim pelo sonho americano. Os brasileiros acham que o dinheiro aqui ‘cresce nas árvores’, mas isso é mentira. Aqui você trabalha como um escravo. É difícil, você chega sem falar inglês na terra de ninguém. Se eu voltar saudável, tudo bem, aqui trabalhamos ‘com sol e gelo’. Quando há muita neve, temos pouco trabalho”, disse ao jornal Estado de Minas.
O chamado “cai-cai” é uma das formas que os imigrantes brasileiros encontraram para cruzar a fronteira mexicana e chegar aos Estados Unidos utilizando o próprio sistema norte-americano. A prática é investigada pela Polícia Federal no Brasil e ocorre quando famílias inteiras, às vezes criadas de forma fictícia, se entregam com o objetivo de evitar ou dificultar o processo imediato de deportação. O grupo fica detido por determinado período nos EUA e depois é liberado em território norte-americano com prazo para retorno, mas não retorna ao país de origem.
“Eles deixam você entrar, mas não dão nada para você ficar. Tenho amigos que tentaram legalizar a situação, procuraram justiça, mas lá colocaram uma tornozeleira eletrônica e deram 60 dias para sair. Temos medo de tentar legalizar, agora é impossível”, disse o imigrante.
Apesar da tensão, José concorda parcialmente com os decretos de Trump. “Qualquer brasileiro que pegarem aqui é deportação. Estamos muito tensos. Sou a favor de mandar alguns embora porque tem muita bagunça, muita ‘porcaria’. Quem veio trabalhar tem medo de sair, outros não”, afirmou.
O imigrante ajuda a família que ficou no Brasil e sonha em abrir o próprio negócio em sua terra natal, mas ainda não encontrou recursos para isso. José também teve um filho que nasceu nos Estados Unidos e foi registrado com cidadania norte-americana. Para filhos de imigrantes ilegais, com o novo decreto de Trump, a documentação não poderá mais ser emitida no país.
João* também mora em Connecticut há pouco mais de um ano e seis meses e teme ser deportado sob as novas leis de Trump. Para ele, os policiais serão ainda mais rígidos para “mostrar serviço”. “Nós, imigrantes, estamos todos tensos. Vim para este país para dar uma vida melhor à minha família, mas volto ao meu país com a cabeça erguida”, disse ele.
Imigrante ilegal que acessou o país via “cai-cai”, ele trabalha com drenagem urbana nas terras do Tio Sam. “Eu já esperava isso deste governo porque, há algum tempo, ele disse que iria nos deportar. É tarde demais para tentar regularizá-lo e os advogados são muito caros”, afirmou.
De acordo com o último relatório publicado pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) dos Estados Unidos, o Brasil está em oitavo lugar no ranking de imigrantes não regulamentados, que tem quase 11 milhões de pessoas no total. Os quase 4,8 milhões de mexicanos são seguidos por 750 mil guatemaltecos, 710 mil salvadorenhos, 560 mil hondurenhos, 350 mil filipinos, 320 mil venezuelanos e 240 mil colombianos.
Tolerância zero
Trump fez vários discursos ao longo do dia, e todas as propostas de política de imigração foram destacadas em meio a outras medidas nacionalistas. Tal como na sua primeira campanha, em 2016, sob o lema “construir o muro”, em referência à construção de um muro na fronteira com o México, o foco principal foi o país vizinho.
“Primeiro, declararei emergência nacional na nossa fronteira sul. Toda entrada ilegal será imediatamente interrompida e iniciaremos o processo de devolução de milhões e milhões de estrangeiros criminosos ao local de onde vieram. Iremos restabelecer a minha política de “permanecer no México”. Acabarei com a prática de pegar e soltar. E enviarei tropas para a fronteira sul para repelir a invasão desastrosa do nosso país”, disse Trump, destacando a sua preocupação com os imigrantes que saem do México.
(Com informações de Bernardo Estillac)
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