Nascido na ilha de Itamaracá, em Pernambuco, o ilustrador Jô Oliveira retrata a cultura brasileira em cada uma de suas feições. Um estudante da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Jô também estudou arte na Hungria e teve seus primeiros trabalhos impressos na Itália. Conhecida por livros, quadrinhos e selos, o nativo de Pernambuco participa das celebrações do Dia Nacional dos Comices em uma feira na Oto Livraria (CLN 302).
Suas ilustrações viajaram pelo mundo e os quadrinhos foram publicados na Espanha, Itália, Grécia, Sérvia, Dinamarca, Argentina e Brasil. O Jô também projetou selos postais e criou outras 50 peças para os Correios, conquistando a medalha do Olho de Boi quatro vezes para o melhor selo brasileiro. Ele também ganhou o troféu pelo melhor carimbo do mundo duas vezes, em Asiago, Itália.
Siga o canal Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu telefone celular
Em 1978, Jô produziu uma história em quadrinhos sobre a Guerra dos Canudos. O livro foi publicado na Itália e chegou ao Brasil, em uma edição limitada. Em 2024, voltou às livrarias graças ao financiamento da EditorA Trem Fantasma.
Para o CorrespondênciaJô Oliveira fala sobre o início de sua paixão pela arte, seu encantamento com a cultura e a história brasileiras com Brasília.
Entrevista // Jô Oliveira
Como você começou a desenhar? Como foi essa conexão com a arte?
Quando eu tinha 6 anos, morava ao lado de um cartunista e fiquei muito curioso vê -lo desenhar. Um dia, ele deixou um desenho inacabado e eu o completei sobre ele. Ele ficou surpreso e disse: “Você sabe como desenhar”. Eu acreditava que e até hoje não aprendi. Estava lá, encontrei alguém que desenhou e fiquei encantado com isso quando tinha seis anos.
O que foi fundamental em seu treinamento como artista gráfico?
Fui para a escola de artes plásticas no Rio de Janeiro e tive contato com este mundo. Era difícil acessar informações e na escola havia pessoas dispostas a ensinar você. Comecei a estar muito interessado em gravar e vi uma grande semelhança com Cordel, o que eu já conhecia muito bem. Em Campina Grande, havia um grande Cordel Literature Center, fiquei encantado com ele.
Não terminei o curso de Belas Artes no Rio porque era a hora da ditadura. Às vezes eu não conseguia nem entrar na escola porque estava cheia de ondas de gás. Estudei desenhos animados por seis meses e acabei encontrando uma escola na Hungria, aprendendo húngaro e morando lá por seis anos.
Depois disso, fiz muito trabalho, foi um ciclo de coisas muito boas. Meu trabalho é como ilustrador porque lido com a narração. Eu preciso de uma narração. Preciso de um título para fazer um pôster, um texto para ilustrar. Sou um designer que trabalha com comunicação visual, mas que precisa de um motivo. Também estou encantado com o mundo das crianças e dos quadrinhos, mas é difícil porque não trabalho com computadores.
O que fascina você em atrair a cultura brasileira?
Fiquei incomodado com o fato de não haver quadrinhos brasileiros. Quando me deparei com Ziraldo, finalmente fiquei encantado. Quando descobri a gravura no Rio e a importância das manifestações culturais, comecei a me lembrar de tudo o que experimentei no Nordeste. São João, carnaval, festividades de final de ano, Bumba Meu Boi, as pastores, tudo isso fazia parte da minha vida cotidiana no nordeste. Quando me deparei com isso na escola, isso me lembrou os 15 anos em que morei lá. Às vezes eu esperava minha mãe na feira, lendo uma corda. Tudo isso voltou quando cheguei ao Rio. Eu vi que esse era o caminho. Eu quero fazer algo brasileiro, para o meu país, sempre pensei que precisava.
Qual é o seu relacionamento com Brasília?
Eu era um Candango, visitei Brasília em 1961, ainda era menor de idade, tive que obter permissão do juiz para ficar sozinho. Brasília é excepcional, recebi o título de cidadão honorário de Brasília. Eu sempre tive um bom relacionamento em Brasília. Meu filho mais novo nasceu aqui em Brasília. Eu tenho um relacionamento muito bom e longo com a cidade.
Quais são os seus planos de projeto para este ano?
Não tenho um projeto definitivo, mas há várias coisas que eu gostaria de fazer, se fosse possível. Eu queria ilustrar os contos de Graciliano Ramos e gostaria de ilustrar algumas das obras de Ariano Suassuna. Eu queria adaptar o Auto Da Compadecida para crianças como cordel, especialmente porque está intimamente ligado ao cordel. Mas hoje preciso de patrocínio, sem patrocínio, você não pode fazer nada, a menos que tenha um editor disposto a investir.
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco
consultar proposta banco pan
blue site
cartao pan consignado
juros consignados inss
empréstimo banrisul simulador
cnpj bk
o que significa consigna
banco consignado
emprestimos no rio de janeiro
simulados brb
juro consignado