A Live Nation, dona da Ticketmaster, confirmou neste sábado (1/6) que houve “atividade não autorizada” em seu banco de dados depois que um grupo de hackers afirmou ter roubado dados pessoais de 560 milhões de clientes.
O grupo ShinyHunters, que assumiu a responsabilidade pelo ataque, afirma que os dados roubados incluem nomes, endereços, números de telefone e detalhes parciais de cartões de crédito de usuários da Ticketmaster em todo o mundo.
O grupo hacker exige o pagamento de um resgate de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões) para evitar que os dados sejam vendidos a terceiros.
Na última sexta-feira (31/5), o Procon de São Paulo notificou a Ticketmaster para saber se o vazamento afetou os dados brasileiros.
O órgão também questionou a empresa sobre sua política de tratamento de dados e qual estratégia adota em casos de ataques. A instituição tem 48 horas para responder.
A TicketMaster é responsável pela venda de ingressos para diversos eventos importantes no Brasil, como o festival Rock in Rio.
Quantos clientes foram afetados?
Em um documento apresentado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a Live Nation disse que em 27 de maio um hacker “ofereceu o que ele alegou serem dados de usuários da empresa para venda através da dark web”. A empresa também disse que está investigando o que aconteceu.
O número de clientes afetados pela violação de dados não foi confirmado pela Live Nation.
O ataque à Ticketmaster foi revelado pela primeira vez por hackers que publicaram um anúncio dos dados na noite de quarta-feira.
A Ticketmaster não confirmou o ataque à imprensa ou aos clientes. Em vez disso, notificou os acionistas na noite de sexta-feira.
O governo australiano disse que está trabalhando com a Ticketmaster para resolver o problema. O FBI (polícia federal dos EUA) também se ofereceu para ajudar, disse um porta-voz da Embaixada dos EUA em Canberra (Austrália) à Agence France-Presse.
Um porta-voz do FBI disse à BBC que “não tem comentários sobre este assunto”.
Em seu comunicado, a Live Nation disse que está trabalhando para “mitigar o risco” para seus clientes e que está notificando os usuários sobre o acesso não autorizado às suas informações pessoais.
“Até a data deste registro, o incidente não teve, e não acreditamos que seja razoavelmente provável que tenha, um impacto material em nossas operações comerciais gerais ou em nossa condição financeira ou resultados operacionais. Continuamos avaliando os riscos e nossos esforços de remediação estão em andamento”, acrescentou a empresa.
Série de ataques cibernéticos
O site americano Ticketmaster é uma das maiores plataformas de venda de ingressos online do mundo. Este ataque é um dos maiores da história em termos de vítimas globais, mas ainda não está claro quão sensíveis são os dados nas mãos dos criminosos cibernéticos.
Os pesquisadores também alertam que isso faz parte de um ataque maior em andamento envolvendo um provedor de serviços em nuvem chamado Snowflake, usado por muitas grandes empresas para armazenar dados na nuvem.
Snowflake notificou os clientes sobre um aumento na atividade de ameaças cibernéticas direcionadas a algumas de suas contas de clientes. Na sexta-feira, o banco Santander confirmou ter roubado dados de cerca de 30 milhões de clientes, que estavam sendo vendidos pelo mesmo grupo de hackers que atacou a Ticketmaster.
Acredita-se que esses ataques estejam relacionados e que muitos outros possam se tornar públicos.
Um anúncio com algumas amostras de dados supostamente obtidos no ataque foi publicado no site BreachForums – um fórum de hackers recentemente relançado na dark web, onde outros hackers compram e vendem material e informações roubadas para permitir a ocorrência de ataques cibernéticos.
O perfil ShinyHunters foi associado a uma série de grandes violações de dados, resultando em perdas de milhões de dólares para as empresas envolvidas.
Em 2021, o grupo vendeu uma base de dados roubada de 70 milhões de clientes da empresa americana de telecomunicações AT&T.
Em setembro do ano passado, quase 200 mil clientes da Pizza Hut na Austrália tiveram seus dados violados.
Os usuários do fórum de hackers geralmente intensificam seus ataques para atrair a atenção de outros hackers.
Se o roubo de dados for tão grande quanto alegado pelos ShinyHunters, o ataque poderá ser a violação mais significativa de todos os tempos em termos de número e extensão dos dados roubados.
Esta não é a primeira vez que a Ticketmaster enfrenta problemas de segurança.
Em novembro, a empresa teria sido atingida por um ataque cibernético que levou a problemas na venda de ingressos para a turnê da cantora Taylor Swift.
No início deste mês, os reguladores dos EUA processaram a Live Nation, acusando a gigante do entretenimento de usar táticas ilegais para manter o monopólio da indústria da música ao vivo.
A ação movida pelo Departamento de Justiça alega que as práticas da empresa mantiveram os concorrentes afastados e levaram a preços mais altos de ingressos e pior atendimento ao cliente.
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