Em Renascido, na TV Globo, a personagem Teca (Lívia Silva) é uma menina de rua carioca que mora com dois grandes companheiros, Neno (Gabriel Lima) e Pitoco (Juan Queiroz), até, grávida de Du (José Duboc), que desaparece, ela é acolhida pelo casal interpretado por José Venâncio (Rodrigo Simas) e Buba (Gabriela Medeiros), que desejam adotar a criança. Após a morte de Venancinho, o menor abandonado é inserido no lote central do cacauicultor José Inocêncio (Marcos Palmeira), mudando-se para Ilhéus.
A transferência de endereço, porém, não separa completamente Teca dos amigos, nem do ex-namorado, que a persegue na Bahia. Dessa forma, os atores que interpretam o trio que gira em torno do personagem da trama central têm destaque importante na novela das 21h da TV Globo.
Vidas opostas
Gabriel Lima, ator de 22 anos, estreia em novelas como Neno, personagem que, em 1993, foi defendido pelo ator Cassiano Carneiro. Este é o primeiro folhetim do garoto, mas pode ser visto no streaming em Os outrossérie do Globoplay que acompanha moradores de um condomínio na Barra da Tijuca, bairro carioca. Nesta produção, o ator interpreta Juca, morador do condomínio e amigo de Marcinho, interpretado por Antônio Haddad.
A realidade de Juca não poderia estar mais distante daquela vivida por Neno. “O Juca mora dentro de um condomínio, ou seja, além das paredes da casa dele, ele também tem um muro com a entrada para protegê-lo. O Neno mora na rua, e não tem nada, só os amigos. Enquanto um rouba para sobreviver, o outro chora só de ver o amigo segurando uma arma”, compara o jovem niterói.
Entre seus trabalhos iniciais na televisão estão a série Subúrbio Isso é Um pé na covaambas produções da emissora carioca, e, recentemente, Gabriel esteve na 16ª temporada de Detetives do Edifício Azulou APD como também é conhecido o sucesso infantil do Gloob.
Brilho nos olhos
Formando o trio indissociável, Pitoco é interpretado pelo ator mineiro Juan Queiroz, que também estreia na novela das 21h, da TV Globo. No Globoplay, o jovem de 24 anos também atuou na série Rota 66, como Sidney, um adolescente que vai para São Paulo em busca do pai que o abandonou quando ele era pequeno. Durante suas buscas no Instituto Médico Legal, o personagem conhece Caco Barcellos (Humberto Carrão) e, juntos, passam a investigar os policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).
“Pitoco tem um brilho muito característico nos olhos. É um menino muito sonhador. Sente que não pertence àquele ambiente e que pode crescer e se desenvolver muito ao lado de Teca. Quando ela é acolhida por Buba (Gabriela Medeiros) , Pitoco, então, acaba se tornando uma lembrança daquela pessoa que ela era quando morava na rua”, diz o ator, que, aos 10 anos, decidiu que tentaria a sorte na oficina de teatro oferecida pelo Sesc Tupinambás, em Belo Horizonte. Na primeira versão, o personagem era interpretado por Oberdan Júnior.
Para 2024, além de RenascidoJuan também pode ser visto nas telas de cinema com Passagranauma comédia envolvendo crimes e reviravoltas; O pinguim e o pescador, produção dirigida pelo cineasta David Schurmann, com participação do ator Jean Reno e baseada em fatos reais; Isso é Feito na Favelafilme rodado em Brasília sobre a cantora Hungria.
Entrega de sorte
Na versão original de Renascido, o namorado de Teca (Paloma Duarte, em 1993) foi apenas citado e não foi interpretado por nenhum ator. Agora, o personagem Du apareceu na trama na primeira cena da menina de rua grávida. O ator que o interpreta, José Duboc, não estreia apenas em novelas, mas também na vida artística. Tudo mudou quando ele foi descoberto pela produtora de elenco Marcella Bergamo, que viu no entregador de refeições de um restaurante da zona oeste do Rio de Janeiro — onde fica a sede dos Estúdios Globo — um rosto marcante. Ela convidou o morador de Curicica, de 23 anos, para um teste, que foi aprovado pelo diretor artístico, Gustavo Fernández.
Para o estreante, o grande desafio, além de estar em um clássico revisitado do drama televisivo, foi criar um personagem do zero, já que não havia referência à versão original. “Procurei gírias e o jeito de andar dos meus amigos que eram da favela, que criei a partir da ideia de que ele é um morador de rua que luta diariamente pela própria sobrevivência”, explica José.
Até então, o que o recém-chegado tinha a dizer sobre o teatro não era muito positivo. Os pais acreditavam que não era um bom lugar para se estar, não acreditavam que pudesse virar profissão. “Ele era contra o teatro, mas eu nunca concordei. Ele não via da mesma forma e mantive vivo o meu interesse”, lembra o ator. O estudo em si começou há pouco mais de um ano. Depois do sucesso na novela, porém, o menino ingressou na faculdade de artes dramáticas na CAL e garante que essa foi a profissão que escolheu. Apaixonado pelas artes em geral, José Duboc toca teclado, violão e guitarra elétrica.
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