A 28ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo acontece neste domingo (2/6), e deve levar 3 milhões de pessoas à Avenida Paulista. Este ano, o tom político da marcha começa pelo dress code: os participantes foram convidados a usar roupas verdes e amarelas, numa tentativa de “retomada” das cores da bandeira brasileira, muito utilizada nos protestos de Bolsonaro na última década.
A política segue o tema da marcha deste ano: “Chega de Negligências e Retrocessos no Legislativo: Vote conscientemente pelos direitos da população LGBT!” A cobrança tem endereço claro: o Congresso Nacional, que após uma grande eleição de parlamentares conservadores em 2022, se move contra agendas defendidas pela comunidade LGBTQIAPN+.
“Este ano não vamos falar apenas de eleições: vamos denunciar o retrocesso e a omissão do Congresso e das Casas Legislativas em relação às nossas agendas. Em todos esses últimos anos não foi aprovada nenhuma lei que nos favoreça. vamos cobrar do Legislativo e também vamos dizer: vamos votar de forma consciente. Precisamos ter um voto crítico, elegendo pessoas LGBT+”, enfatizou Nelson Matias Pereira, presidente da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo.
Segundo um dos organizadores, a ideia do “dress-code” ganhou força após o show de Madonna na praia de Copacabana, em maio. Ao lado de Pabllo Vittar, os dois usaram as cores da bandeira brasileira.
O aquecimento do Desfile começou por volta das 10h. A marcha começa às 15h e contará com 16 trios elétricos e shows de artistas da comunidade, como Pabllo Vittar, Glória Groove e Banda Uó.
Participações políticas
Pré-candidatos ao cargo de prefeito de São Paulo, os deputados Guilherme Boulos (PSol) e Tabata Amaral (PSB) participam da Parada do Orgulho neste domingo. O principal adversário dos dois, o apoiador de Bolsonaro Ricardo Nunes (MDB), confirmou que não participará.
Em discurso em um dos trios, Guilherme Boulos parabenizou o público pela marcha. “Estamos aqui hoje por uma coisa simples: dizer que queremos respeito e democracia”, disse ele. “E tenho certeza que a cidade de São Paulo voltará às ruas para dar uma resposta contra o bolsonarismo”, acrescentou o deputado, “aplaudido” por uma onda de torcedores.
Porém, um dos discursos políticos mais esperados foi o da deputada federal Érika Hilton (PSol-SP), que se juntou ao trio e foi recebida com gritos de “presidente” e “O Brasil terá um presidente travesti”. “Estamos aqui resistindo, lutando, comemorando e estamos dizendo que o Brasil pode ser melhor, pode ser maior. E você sabe por quê: Porque o Brasil é negro, LGBT, indígena, travesti, viado, sapatão e não binário. Esse é o verdadeiro Brasil”, disse Erika em discurso.
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