O ano de 2023 foi o mais quente da história nos oceanos do planeta. O alerta é da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que divulga hoje um relatório em que aponta um aumento da temperatura média de 1,45ºC. Espera-se que esta tendência continue a um ritmo muito mais rápido, o que deverá tornar 2024 um ano ainda mais quente, quebrando todos os recordes de temperatura anteriores.
A observação do aquecimento global é sentida de forma mais efetiva nos mares, aponta o professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ronaldo Christofoletti, único brasileiro a assinar o relatório da UNESCO. “As temperaturas da atmosfera oscilam, enquanto o oceano aquece constantemente, como uma panela com água no fogão”, explicou o pesquisador ao Correspondência.
O estudo confirma outra medição, da agência climática europeia Copernicus. A instituição concluiu, no início do ano, que as temperaturas atmosféricas medidas em 2023 foram as mais elevadas desde os tempos pré-industriais, registando um aumento médio de 1,48ºC. O resultado, próximo ao limite de 1,5º C estabelecido no acordo de Paris de 2015, aumenta o alerta com a perspectiva de que 2024 deverá ser mais quente. “Tudo está piorando, mas num ritmo muito mais rápido do que esperávamos”, destacou o professor sobre o ritmo de aumento da temperatura.
Para Christofoletti, um dos principais fatores para a tragédia climática no Rio Grande do Sul foi o aumento da temperatura dos oceanos causado pelo aquecimento global. Com temperaturas mais elevadas, aumenta o volume de evaporação e, portanto, o volume de precipitação. O especialista alerta que poderemos ter novas ocorrências desse tipo em pouco tempo.
Além do aquecimento mais rápido dos oceanos, o estudo da UNESCO aponta que as águas avançaram 9 cm nos últimos 30 anos, o que evidencia a necessidade de pensar num planeamento mais cuidadoso da ocupação humana. “O oceano está subindo e vai invadir mais a praia. É um processo, uma força que ocupa 70% do planeta. Não podemos controlar isso. Quando ocorrerem as chuvas, os rios gritarão para ocupar novamente os espaços”, pontua o professor.
O relatório da UNESCO aponta ainda que o aumento da temperatura ultrapassou os 2º C no Mediterrâneo, na região do Atlântico Tropical e nos mares do sul (em torno da Antártida). Esta taxa de aquecimento é duas vezes superior à observada há 30 anos. O processo de aquecimento dos mares vem causando sérios danos à vida marinha, com até 35% das florestas marinhas destruídas desde a década de 1970, período que também viu um aumento da acidificação das águas em 30%, além de uma diminuição do oxigênio em 2%. , criando áreas mortas nos oceanos do planeta.
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