O político Narendra Modi foi empossado neste domingo, 9, para um raro terceiro mandato consecutivo como primeiro-ministro da Índia, apoiado pelos seus parceiros de coligação, depois de o seu partido não ter conseguido obter a maioria parlamentar nas eleições.
O partido nacionalista hindu, o Partido Bharatiya Janata (BJP), que venceu por larga maioria em 2014 e 2019, não conseguiu garantir a maioria necessária para governar sozinho nas últimas eleições nacionais. No entanto, a coligação da Aliança Democrática Nacional (NDA) de Modi conquistou assentos suficientes para formar um governo, com ele à frente.
Os resultados finais das eleições divulgados na quarta-feira passada mostraram que o BJP de Modi conquistou 240 assentos, bem abaixo dos 272 necessários para uma maioria. Juntos, os partidos da coligação NDA garantiram 293 assentos na câmara baixa do Parlamento, com 543 membros.
Esta é a primeira vez que o BJP, sob a liderança de Modi, precisa do apoio de aliados regionais para formar um governo após uma década de maioria no Parlamento. Modi, de 73 anos, é o segundo primeiro-ministro indiano, depois de Jawaharlal Nehru, a ocupar o poder para um terceiro mandato de cinco anos.
O governo de coligação de Modi depende agora principalmente de dois aliados regionais importantes – o Partido Telugu Desam, no estado de Andhra Pradesh, no sul, e o Janata Dal (United), no estado de Bihar, no leste – para permanecer no poder.
Entretanto, o adversário político de Modi, a aliança ÍNDIA liderada pelo ressurgente Partido do Congresso, travou uma luta mais forte do que o esperado, duplicando a sua força desde a última eleição para conquistar 232 assentos.
Nacionalista hindu declarado, o primeiro-ministro é considerado um defensor da maioria hindu do país, que constitui 80% da população da Índia, de 1,4 mil milhões de habitantes. Os seus apoiantes atribuem-lhe o rápido crescimento económico e a melhoria da posição global da Índia desde que chegou ao poder.
Mas os críticos dizem que ele também minou a democracia da Índia e o seu estatuto de nação secular, com ataques de nacionalistas hindus às minorias do país, especialmente os muçulmanos, e um espaço cada vez menor para a dissidência e a liberdade de imprensa. Os seus oponentes políticos questionam o desempenho económico do seu governo, apontando para o elevado desemprego e o aumento da desigualdade, apesar do forte crescimento. Fonte: Associated Press.
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