Os destroços do último navio expedicionário do famoso explorador polar britânico Sir Ernest Shackleton foram encontrados no fundo do Oceano Atlântico, na costa do Canadá, anunciaram pesquisadores nesta quarta-feira (6/12).
O chefe da Royal Canadian Geographical Society, John Geiger, disse em conferência de imprensa que os restos da embarcação foram descobertos no Mar de Labrador, a uma profundidade de cerca de 390 metros.
“Este é um navio historicamente muito importante”, disse Geiger. “Ele morreu neste navio” enquanto viajava para a Antártida, acrescentou. Shackleton tinha 47 anos e sofreu um ataque cardíaco. O Quest permaneceu em serviço por várias décadas até afundar em 1962.
Os pesquisadores encontraram o navio no domingo com um instrumento sonar. O caçador de naufrágios David Mearns disse que mediu com precisão suas dimensões e corresponde às medidas conhecidas da Quest.
“Os restos também são consistentes com os dados conhecidos do naufrágio e estão no local correto, onde não existem outros destroços da sua classe”, explicou.
Mearns mostrou imagens de sonar do navio afundado que ele descreveu como “quase intacto”. E acrescentou que ainda este ano acontecerá outra expedição com o objetivo de fotografar e depois documentar o naufrágio.
Shackleton tornou-se uma lenda das viagens polares após uma fuga épica dele e de 27 dos seus companheiros, a pé e em barcos, depois de outro dos seus navios ter afundado nas águas geladas da Antárctida em 1915.
A tripulação acampou primeiro no gelo marinho até que ele se rompeu e depois subiu em botes salva-vidas, navegando primeiro para uma ilha desolada e sem árvores, onde deixaram a maioria dos homens e estabeleceram acampamento.
Utilizando apenas um sextante para navegar, Shackleton partiu então com outros cinco homens no barco mais resistente e adequado para uma travessia de 1.300 quilômetros até a Geórgia do Sul, colônia britânica, onde havia uma estação baleeira.
Enfrentando mares montanhosos e temperaturas geladas, esta viagem de 17 dias é considerada uma das conquistas mais notáveis da história marítima. Todos os 28 expedicionários sobreviveram.
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