O tenente-coronel Edson Luís Souza Melo, da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), recebe salário bruto superior a R$ 31,7 mil. O policial acompanha e dá segurança pessoal a Pablo Marçal, pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB. O último contracheque disponível no portal da Transparência do governo goiano é do mês de maio.
Na segunda-feira (6/10), o pré-candidato registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil pedindo investigação sobre ameaça de morte que recebeu e anunciou o reforço da segurança com a inclusão do tenente-coronel Edson Melo na equipe.
“Aqui atrás de mim está um dos policiais que organizou o assassinato daquele bandido Lázaro, o Coronel Edson. Ele acaba de chegar na nossa segurança. Um grande amigo, se despediu da polícia do nosso estado e hoje está aqui comigo . Então, agora é hora de valer mesmo”, disse Marçal, acompanhado do tenente-coronel Edson Luís Souza Melo, momentos após registrar o incidente.
Antes, a PM acompanhou Marçal na fiscalização das empresas do pré-candidato e do treinador. Vídeos de fiscalizações em empresas foram publicados por Pablo Marçal nas redes sociais. Na terça-feira (6/11) Marçal embarcou para Brasília acompanhado de seguranças.
(foto: Reprodução Instagram @pablomarçal1)
Já na capital federal, acompanhou Pablo Marçal nas pautas da Câmara dos Deputados e tirou fotos com parlamentares de direita.

(foto: Reprodução Instagram @pablomarçal1)
O tenente-coronel Edson Luis é conhecido como coronel Edson Raiado e foi candidato a deputado federal em 2022 pelo Avante. Coronel Raiado recebeu 19.811 votos, mas não foi eleito.
Edson participou das operações de busca do serial killer Lázaro Barbosa e foi promovido após prestar serviços relevantes à Segurança Pública de Goiás. Em julho do ano passado, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, concedeu a Edson Luiz a Medalha da Ordem do Mérito Tiradentes no posto de Grande Oficial de autoridades militares, pelas relevantes ações desenvolvidas em prol da segurança pública no Estado de Goiás.
Legalidade em ação
Berlinque Cantelmo, advogado especializado em ciências criminais e gestão de pessoas com ênfase em competências do setor público e sócio do Cantelmo Advogados Associados, afirma que os policiais só podem exercer atividades paralelas se o fizerem de forma voluntária, sem remuneração. Ele explica que a função de Policial Militar é exercida em regime de exclusividade e essa liberação está disponível apenas para ensino.
“Embora algumas instituições militares estaduais permitam aos seus integrantes o desempenho de funções extraordinárias, além da carga horária específica de cada função, isso geralmente acontece em atividades voltadas ao interesse público de cada Estado e no âmbito da atividade final ou intermediária junto à administração militar ou pública, ao o que é popularmente chamado de ‘show jurídico’, o que não seria o caso de um possível relacionamento entre um militar e um candidato de outro estado. Porém, no caso do tenente-coronel Edson, ainda não há informação pública de que ele seja. trabalhando como segurança privada remunerada em prol dos interesses do pré-candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal e, considerando o tipo de licença concedida pela PMGO ao oficial, pode exercer qualquer função voluntariamente em seu tempo livre. e em liberdade e sem remuneração, o que pode ser a hipótese do caso”, afirma Belinque Cantelmo, que também é militar da reserva da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).
Cantelmo destaca ainda que se o trabalho não for voluntário, poderá ser aberto processo contra o policial. “Se Edson estiver recebendo remuneração por atividade incompatível de segurança privada na pré-campanha de Marçal, poderá ser sancionado disciplinar e até criminalmente, nos termos do artigo 324 do Código Penal Militar, por exemplo, quando se tratar da existência de regulamentos do PMGO que proíbem atividades paralelas remuneradas que não sejam o ensino.”
Leonardo Sant’Anna, professor do Instituto Superior de Ciências Policiais e coronel reserva da Polícia Militar do Distrito Federal, não vê irregularidades na atuação do policial, já que ele é licenciado. Sant’Anna, que é autora de livros sobre segurança e foi educadora para assuntos da ONU na África e na Ásia, da polícia sueca, do Pearson Center (Canadá), destaca que a exclusividade na prestação de serviços na área de segurança é limitada aos militares do Exército, Marinha e Força Aérea.
“A exclusividade da atividade é voltada às Forças Armadas. Quando se trata de tarefa que envolva consultoria, ou trabalho onde se monitore ou coordene atividade especializada, há brecha, desde que se leve licença prevista na legislação estadual. Neste caso, não, não haveria nada ilegal.”
Sant’Anna explica ainda que a prática deste tipo de serviço paralelo é comum entre as forças de segurança, especialmente em períodos eleitorais. “Nos estados, nesses períodos eletivos, é bastante comum acontecer esse tipo de coisa. Porque a legislação prevê que as atividades de segurança privada sejam realizadas por profissionais credenciados, mas é muito difícil encontrar seguranças privadas que tenham pessoas com níveis de formação necessários para alguns candidatos ou políticos”, afirma o consultor.
Em nota, a Polícia Militar de Goiás informou que o tenente-coronel Edson Melo está em licença especial regulatória desde o dia 7 de junho. A polícia não esclareceu se o trabalho de segurança privada foi autorizado pela corporação nem respondeu se a licença concedida a Edson Luis foi paga.
Ó Correspondência procurou por diário oficial de Goiás a publicação da licença de Edson Luís Souza Melo entre 29 de maio e 12 de junho, mas não foi encontrada portaria ou autorização.
A assessoria de comunicação de Pablo Marçal afirmou que o coronel Edson Raiado não é chefe de segurança contratado ou profissional, é amigo pessoal do pré-candidato que está ajudando devido à sua expertise na área de segurança pública.
Confira a nota completa
“Para esclarecer informações que foram divulgadas incorretamente sobre a chegada do Tenente-Coronel Edson Melo, quero deixar claro que ele não é chefe de segurança contratado ou membro profissional de nossa equipe. Ele é um amigo pessoal de longa data e alguém que tenho em grande estima.
Devido às recentes e crescentes ameaças contra mim e minha família, o Ten Cel decidiu afastar-se legalmente de suas atividades policiais em Goiás para me auxiliar neste período tão delicado. Atualmente ele está de licença especial e veio ajudar um amigo, nada mais.
Embora já tenhamos nossa equipe de segurança pessoal e familiar, fica claro que a presença do Ten Cel, com seu ousado histórico operacional, incluindo o confronto com o serial killer Lázaro que resultou em sua morte, traz um sentimento de respeito e intimidação que é essencial contra este banditismo crescente que tem afligido a nossa população.
Quanto aos episódios envolvendo equipes sob seu comando no Cod, estão sendo investigados pelas autoridades da Polícia Judiciária Militar de Goiás. O Tenente-Coronel não comentará essas questões por questões éticas e de respeito ao processo investigativo.”
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