Vocais guturais, afro-latinidade e referências a animes japoneses Jujutsu Kaisen São elementos que definem muito bem o mais recente lançamento da banda mineira de crossover thrash Black Pantera. Natural de Uberaba (MG), o grupo formado pelo baixista Chaene da Gama, pelo vocalista e guitarrista Charles da Gama e pelo baterista Rodrigo Pancho lançou Perpétuo, o quarto álbum de estúdio da banda. Mais do que um simples acréscimo à discografia do Black Pantera, o projeto ajuda a redefinir a musicalidade do grupo, que após uma viagem à cidade de Valparaíso, no Chile, abraçou de vez o conceito de afro-latinidade.
Perpétuo é um disco que ousa brincar com as possibilidades musicais dentro do thrash crossover — gênero musical originado da mistura de elementos do hardcore punk e do thrash metal. Com 12 faixas e quase 40 minutos de duração, o projeto é uma verdadeira celebração da identidade afro e latina dos integrantes do Black Pantera. Em entrevista com Correspondência, Chaene da Gama destaca a importância da viagem a Valparaíso para o processo de construção do álbum. “Ficamos três dias em Valparaíso e ficamos com bandas de toda a América Latina, conhecendo essas bandas, participando de pocket shows e curtindo com elas. Vimos a importância do orgulho latino”, destaca.
Nesta quinta-feira (13/6), o trio se apresenta em São Paulo (SP), no Sesc Pompeia. O espetáculo, marcado para as 21h30, inaugura a série de apresentações no Perpétuo. Para o show, a banda incluirá em seu repertório todas as 12 faixas do álbum, que misturam os vocais ásperos típicos do rock paulista com o melhor da cultura pop — como a letra de Provérbios, que cita o personagem de quadrinhos Miles Morales. Ó Passeio perpétuocomo é chamada a turnê de divulgação do álbum, não tem turnê confirmada em Brasília, que deve receber data de show em agosto, segundo Chaene.
Além do apelo óbvio à Afro-Latinidade como conceito central do projeto, Perpétuo centra-se em temas já explorados pela Black Pantera, como o cotidiano de quem sofre preconceito racial todos os dias. Sobre a recepção dos fãs que acompanham cada um dos lançamentos da banda, Chaene relata satisfação com o novo álbum. “Ele nasceu em uma época muito boa e a torcida o abraçou absurdamente. Estamos muito felizes com a resposta”, confessa. Além das 12 músicas incluídas na lista de faixas do álbum, três músicas que não entraram na edição final foram descartadas, para que tudo coubesse na versão em vinil. “Tem sido muito gratificante ver e vivenciar esse momento”, completa o baixista.
Amor traduzido em música
Uma das faixas de maior destaque Perpétuo sem sombra de dúvida é Tradução, música que narra as dificuldades enfrentadas pela mãe do eu lírico, uma mulher negra. “Que os ventos soprem a nosso favor, mãe / No meu vocabulário / Tradução real do que é o amor”, cantam no refrão da música. Chaene segue o exemplo da própria mãe, que serviu de inspiração para compor a faixa. “Tradução É um reflexo da minha vida, quando analiso minha infância e vejo o que minha mãe fez para nos sustentar”, observa.
Tradução ganhou um lindo videoclipe para ilustrar a música mostrando a rotina de uma mãe que todos os dias deixa o filho e o marido para trabalhar na casa de outra família como empregada doméstica. O vídeo é especialmente dedicado a Dona Guiomar, mãe de Chaene e Charles, e Dona Elvira, mãe do baterista Rodrigo Pancho. A história de Dona Guiomar serviu de inspiração para a produção do videoclipe, pois ela trabalhava como empregada doméstica quando Chaene e Charles eram crianças.
Do anime ao rock
Outra faixa que desperta curiosidade pelo nome pouco convencional é Maharagaheavy rock que leva no título o nome de um personagem poderoso do anime Jujutsu Kaisen. Fã de animação, Chaene explica a relação entre anime japonês e música. “Mahoraga é o nome de um shikigami muito poderoso que se adapta a qualquer tipo de condição. O inimigo ataca e ele sempre se adapta a qualquer tipo de ataque, por isso é quase indestrutível. O nome é esse paralelo com o que um homem negro e uma mulher negra têm que passar para sobreviver no mundo de hoje, pois precisam se adaptar continuamente”, explica o baixista.
*Estagiário sob supervisão de Nahima Maciel
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