Pesquisadores do Observatório do Clima e Saúde do Instituto Fiocruz de Comunicação e Informação em Saúde (ICICT/Fiocruz) alertam que, após as enchentes no Rio Grande do Sul, o estado deverá enfrentar um aumento de casos de diversas doenças. Entre as principais preocupações estão problemas respiratórios e gastrointestinais, lesões físicas e acidentes com animais peçonhentos, que podem surgir dentro das residências com redução do nível da água.
Em nota técnica divulgada ontem, cientistas alertaram sobre o assunto, ressaltando que a tendência de alta é maior se as condições de saneamento e o acesso à assistência médica continuarem comprometidos. O documento também chama a atenção para as doenças transmitidas por vetores — principalmente dengue e leptospirose — e aponta que, historicamente, os picos dessas infecções ocorrem nos meses seguintes às enchentes, quando a sociedade se recupera dos desastres.
“À medida que o nível da água sobe, podem ocorrer mais acidentes com aranhas e cobras, bem como o risco de transmissão de doenças transmitidas por águas contaminadas e vetores”, explicou Diego Xavier, investigador do Observatório do Clima e Saúde.
A nota técnica chama a atenção para os sete aspectos que devem ser levados em consideração pelas autoridades. Um deles trata de doenças agudas e destaca o aumento da incidência de covid-19, gripes, resfriados e tuberculose. Também alerta sobre doenças gastrointestinais — como hepatite A e diarreias infecciosas, dengue e leptospirose.
Em relação às áreas de risco para animais peçonhentos, o documento alerta para as regiões de vales, planaltos, depressão central e litoral norte do Estado. Nestes locais historicamente há maior incidência de acidentes com animais peçonhentos.
O documento chama ainda a atenção para o facto de os períodos mais perigosos poderem ter mudado. As doenças ficam mais concentradas no verão, mas podem se espalhar nos próximos meses devido a alterações no ambiente original devido a chuvas intensas e inundações.
Contaminação
Outra questão é a contaminação ambiental. A nota técnica destaca que existem 1.518 estabelecimentos potencialmente poluidores na área alagada. Existem indústrias, terminais de transporte, obras civis, comércios e armazéns que, invadidos pelas enchentes, podem expor a população a substâncias tóxicas nos meses seguintes ao desastre. Porto Alegre seria uma das cidades em maior risco.
A nota alerta sobre a saúde mental de moradores de rua, profissionais e voluntários que atuam na emergência. Segundo o documento, perdas materiais e/ou perdas de parentes e amigos podem provocar aumento de casos de transtorno de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade.
No caso das doenças crônicas — como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e transtornos mentais — elas podem ficar descontroladas devido à interrupção do acesso a medicamentos e à assistência médica contínua. E entre as potenciais razões para o aumento da maioria dos problemas de saúde estão a aglomeração de pessoas em abrigos, os trabalhos de recuperação nas cidades afetadas e o contacto com água contaminada.
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