No sul de Itália, de frente para o Mar Adriático, num balneário pomposo, os líderes do chamado G7 reuniram-se até ontem. No centro da pacata Puglia, a cerca de uma hora de carro ou 15 minutos de helicóptero de Bari, capital da região, o local transmite a sensação perfeita de decadência lenta e chique neste grupo de sete países que já foram as maiores economias do mundo. mundo, quando a civilização ocidental não foi atacada pelas suas credenciais.
Já não são as sete maiores economias nem os sete países mais influentes, muito menos os sete países mais relevantes ou poderosos. Estas reuniões anuais são um resquício da configuração do mundo em meados da década de 1970. Fenômeno conhecido na sociologia econômica como “inércia ou resistência”. Tendência de as instituições não mudarem, mesmo diante de mudanças ou necessidade de adaptação.
Cinco décadas depois do seu encontro inaugural, organizado por Valéry Giscard d’Estaing no Castelo de Rambouillet, em França, nenhum dos fundadores ainda está vivo. O francês Giscard d’Estaing, o último a nos deixar, em 2020, aos 94 anos, morreu após contrair a covid.
Actualmente, por mais incongruente que possa parecer, quem confere a esta cimeira alguma legitimidade e um sentido de relevância para os desafios do mundo contemporâneo são precisamente os grandes países terceiros que são convidados a participar em tais ocasiões. Este ano, são os representantes do Brasil e da Índia que apoiam os jogadores, uma situação peculiar para a Índia que é mais famosa do que alguns dos principais jogadores.
Basta perguntar ao FMI quais são os países que têm, em 2024, os PIBs mais elevados com base na paridade do poder de compra, no padrão de vida potencial e no bem-estar económico das nações, e encontraremos apenas três dos sete membros do G7 na lista. . Na lista do PIB em dólares correntes, encontramos apenas cinco dos sete países.
O Brasil ocupa atualmente o oitavo lugar em ambas as listas. A Índia, por outro lado, é a terceira maior economia na primeira e a quinta maior na segunda.
Apesar das considerações acima, ainda há quem afirme que o G7 é o grande fórum para o poder global concertado. Algumas mentes ultrapassadas, herdeiras de uma época passada, insistem abertamente em apostar que basta que os EUA, a Europa e o Japão cheguem a um acordo para que qualquer objectivo seja alcançado no planeta. Na verdade, quando essa fissura se articula, ela vem de baixo. No entanto, já não é suficiente.
Sua necessidade de adaptação não é apenas uma questão de boas maneiras, mas de sobrevivência. E estes são temas numa encruzilhada, que estiveram em cima da mesa na estância balnear de Puglia, tanto no que diz respeito à situação global como também devido às preocupações com as tendências internas observadas no comportamento dos eleitores nestes países centrais.
Afinal, entre os países do G7, a maioria está na Europa. E três – França, Alemanha e Itália – são precisamente os principais membros da União Europeia (UE), que acaba de realizar eleições para o seu parlamento, que está dividido entre Estrasburgo e Bruxelas.
É um facto que os países da UE ainda estão imersos num contexto de descontentamento com os partidos tradicionais e com a tendência global dos eleitores para transformarem os partidos políticos em clubes privados. Os resultados das eleições europeias mostram que os dois grupos partidários associados à direita radical combinaram menos de 20% dos assentos (18,7% para ser mais preciso). Na legislatura que termina, têm 18%. Em outras palavras, um aumento não avassalador. O que ocorreu foi um avanço da extrema direita dentro da França e da Alemanha, que chamou a atenção, além de confirmar o prestígio eleitoral da italiana Giorgia Meloni, primeira-ministra do país que sediou o G7.
O que realmente cresceu muito nestas eleições foi o número de eurodeputados não alinhados com grupos partidários, reflectindo a diversidade política e ideológica da Europa, com tendências nacionalistas e populistas.
Na verdade, os partidos não alinhados podem influenciar o equilíbrio de poder no Parlamento Europeu, especialmente em votações onde os principais blocos (PPE, S&D e Renovar) estão divididos. De qualquer forma, o grupo Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) de Meloni e o extremista ID, liderado por Marine Le Pen, da França, ainda são secundários, principalmente em relação ao Partido Popular Europeu (PPE) de centro-direita e ao centro-esquerda da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D).
Portanto, o G7 ainda tem mais com que se preocupar do que com o que poderá acontecer nas eleições norte-americanas, em 5 de Novembro. E participe do G20 em vigor, um fórum muito mais adequado ao mundo de hoje.
*PAULO DELGADO, sociólogo.
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