A sessão temática no Senado Federal para debater o uso da assistolia fetal em abortos, na manhã desta segunda-feira (17/6), teve encenação e simulação da técnica no Plenário. A técnica consiste na aplicação de um composto químico para interromper os batimentos cardíacos fetais ainda no útero da mulher, e é um procedimento recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para gestações com mais de 22 semanas.
Uma resolução do CFM impede a realização desse procedimento por ser considerado cruel, mas uma liminar do ministro Alexandre de Moraes, do STF, derrubou essa medida. O tema foi levado ao Plenário do STF e, após pedido de revisão do ministro Nunes Marques, a sessão foi suspensa.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) convocou uma sessão temática para discutir o tema com médicos, parlamentares e líderes de movimentos antiaborto, apenas defensores do PL antiaborto. O senador alegou que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi convidada seis dias antes da sessão, mas não compareceu nem recusou o convite. O Ministério da Saúde informou, porém, que a ausência do ministro foi comunicada formalmente à Casa Legislativa no dia 13 de junho. Ele também justificou sua ausência por incompatibilidades de agenda. “No entanto, é importante destacar que a Assessoria Especial de Assuntos Parlamentares do Ministério da Saúde está acompanhando o debate, dada a relevância do tema para o departamento”, informou o ministério, em nota.
Durante a sessão temática houve explicação sobre a técnica do aborto, discussão de hipóteses sobre estupro e interrupção da gravidez e também detalhes de como é realizada a assistolia fetal. Mais uma vez, o deputado Zacharias Calil (União-GO), que é cirurgião pediátrico, simulou a técnica de assistolia fetal em um boneco. No mês passado, o deputado já havia se manifestado no Plenário da Câmara. A sessão também contou com a performance da contadora de histórias Nyedja Gennari, falando sobre o aborto na “perspectiva” de um feto. Confira o vídeo abaixo:
Presente na sessão, o presidente do Conselho Federal de Medicina, Hiran Gallo afirmou que a resolução de abril de 2024 que proíbe o uso da assistolia fetal é uma questão de ética médica, pois o método causa sofrimento ao feto. Também esteve presente o relator da resolução no CFM, Raphael Câmara, secretário de Atenção Primária à Saúde do governo Bolsonaro.
Um grupo de estudantes da rede pública de ensino passou pelo plenário do Senado durante sessão no Senado Federal. O presidente da sessão, senador Eduardo Girão, registrou publicamente a presença de alunos do 5º, 6º e 7º anos do ensino fundamental. As crianças têm entre 10 e 12 anos e estavam acompanhadas por funcionários da escola.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) informou que a presença das crianças no Plenário do Senado durou cerca de cinco minutos e fez parte de uma visita guiada que visa explorar as instalações do Poder Legislativo em Brasília. Durante a visita, as crianças visitam as instalações do Congresso Nacional, incluindo o Plenário, onde acontecem as sessões. A secretaria afirma ainda que o tema das sessões não é revelado antecipadamente.
Ó Correspondência Ele entrou em contato com a assessoria de comunicação do Senado Federal, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.
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