O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta terça-feira (18/6) que o governo irá rever os benefícios fiscais concedidos a setores da economia. Segundo o petista, a equipe econômica apresentará em 22 dias uma proposta para reduzir a isenção tributária no país, que totaliza R$ 518,9 bilhões, segundo levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU).
Lula citou o agronegócio e o setor de combustíveis como exemplos. Para o presidente, “os ricos ficaram com parte do orçamento”, e reclamam dos investimentos destinados à população mais pobre. A afirmação ocorreu um dia depois de o Chefe do Executivo ter participado numa reunião do Conselho de Execução Orçamental (JEO), onde o tema foi discutido.
“Você pega a Confederação da Agricultura, que tem isenção de quase R$ 60 bilhões. O setor de combustíveis, que tem isenção de R$ 32 bilhões. Em quem você vai tentar jogar isso? Aposentado? Do pescador? A dona de casa, a empregada doméstica?” perguntou Lula em entrevista ao CBN.
“Se algo estiver errado, o que estiver errado será consertado. Se alguém estiver recebendo o que não deveria receber, deixará de receber. Mas eu quero ver, porque acho que isso não é problema do Brasil. O problema do Brasil é que a parte mais rica assumiu o controle do orçamento”, acrescentou o presidente.
Empresários que reclamam são os que mais se beneficiam, diz Lula
Ontem (17), o presidente se reuniu com ministros da Economia. Ele deu sinal verde para cortar gastos, o que está sendo exigido pelo mercado, mas deve priorizar a redução dos gastos tributários —dinheiro que o governo deixa de arrecadar ao conceder isenções fiscais.
Estiveram presentes os ministros Fernando Haddad (Finanças), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos). Os quatro compõem JEO. Em coletiva de imprensa, Tebet e Haddad relataram o pedido de Lula para redução de benefícios fiscais.
Na entrevista de hoje, o chefe do Executivo também refutou críticas recentes sobre a compensação da desoneração fiscal e das contas públicas do governo. “As mesmas pessoas que dizem que precisamos parar de gastar são as pessoas que têm R$ 546 bilhões de isenção, desoneração de folha de pagamento, isenção de impostos. Ou seja, são os ricos que ficam com parte do orçamento do país, e queixam-se do que se está a gastar com os pobres”, reforçou.
“Lula não se impressionou com o aumento dos subsídios no país”, diz Tebet
“Lula não se impressionou com o aumento dos subsídios no país”, diz Tebet
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