Brasília sediou, esta semana, a 11ª Conferência de Liderança em Saúde da Mulher. O evento é promovido pela Federação Brasileira das Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) e, na edição deste ano, teve como tema central a regulamentação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC).
O evento aconteceu no Salão Nobre da Câmara dos Deputados e debateu a política que garante assistência integral aos pacientes oncológicos, ampliando o acesso universal e de qualidade à saúde em todas as etapas do diagnóstico e tratamento. A conferência realiza-se num momento decisivo, próximo do final do período de regulamentação legal da PNPCC. Além disso, tramitam no Congresso projetos de lei que apoiam melhorias nas condições de atendimento às mulheres no Sistema Único de Saúde (SUS).
(foto: Femama/Divulgação)
Presidente voluntária da Femama, Maira Caleffi afirma que o objetivo do encontro é promover discussões aprofundadas e propor ações concretas para melhorar a prevenção e o controle do câncer e de outras doenças que afetam as mulheres brasileiras. “No nosso país o direito à saúde é universal, mas o acesso ao tratamento do cancro ainda não o é. Nestes 18 anos de Femama conquistamos marcos fundamentais, como a Lei dos 30 e 60 dias, mas precisamos encontrar formas de ampliar a detecção precoce e o acesso ao tratamento de pacientes com câncer”, diz ela, que é mastologista e chefe do Serviço de Mastologia do Hospital Moinhos de Vento.
Confira trechos da entrevista do médico com Correspondência.
(foto: Femama/Divulgação)
Qual o objetivo da conferência e por que Brasília foi escolhida este ano?
Ao longo dos anos, nossa conferência assumiu diversos formatos e promoveu o encontro de lideranças de todas as regiões do Brasil, construindo assim um espaço de referência para ampliar a participação da sociedade civil nas políticas públicas. Esses eventos geralmente aconteciam em São Paulo, devido à facilidade de logística. Mas, pela primeira vez, isso acontece em Brasília, e o motivo disso é muito claro: a Rede Femama, com suas parcerias, precisa ter mais visibilidade, pois representa a voz do paciente e de seus familiares, enfim, o que os cidadãos brasileiros acometidos pelo câncer precisam. Esses 18 anos de história já passaram por Brasília diversas vezes em outras ocasiões. Nos mobilizamos para contribuir com a aprovação de marcos fundamentais no controle do câncer, como a Lei dos 60 dias e a Lei dos 30 dias. E até lá, em 2008, conseguimos aprovar e garantir a Lei da Mamografia, que garante, para todas as mulheres brasileiras, a mamografia a partir dos 40 anos. Independentemente de portarias. A força de uma lei é muito maior do que uma portaria.
Qual será o papel da Femama neste processo?
Levaremos a voz dos pacientes em todo o país e mobilizaremos representantes do poder público sempre que necessário com as questões mais urgentes para garantir a saúde das mulheres brasileiras. Este diálogo que propomos, entre representantes políticos e representantes da sociedade civil, é essencial para promover políticas públicas mais eficientes e rentáveis. E é por isso que esta conferência é tão importante. O fato de esta semana ter sido escolhida também é significativo, pois é quando já se passaram 180 dias desde que foi sancionada a Lei da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, então, para nós, é um momento de muita expectativa, pois queremos saber o resposta do governo, do Ministério da Saúde, sobre a regulamentação desta política. Como vamos trabalhar e quais serão as consequências de termos uma lei. Isso é muito importante para milhares e milhões de mulheres em todo o Brasil. Nesta conferência há uma oportunidade única para debatermos também outros projetos de lei que tramitam na Câmara e no Senado e que apoiam a melhoria das condições de acesso ao atendimento para mulheres usuárias do SUS. Estamos preocupados com a implementação da Política Nacional de Prevenção do Câncer. Precisamos lutar por uma maior equidade, independentemente de onde o paciente mora, da sua raça e da sua condição socioeconômica. Precisamos de melhorar os resultados, o que significa curar mais daquilo que pode ser curado; prevenir, o que pode ser evitável; mas tudo isso com mais humanidade, compaixão e modernidade.
Que avanços são necessários para garantir o tratamento e torná-lo mais eficaz por meio do SUS?
Como mastologista, vejo tantos problemas, com a paciente que conseguiu entrar no SUS ter diagnóstico de câncer. E com o Programa Nacional de Navegação de Pessoas com Diagnóstico de Câncer muitas coisas vão mudar para melhor, pois agora saberemos onde o paciente está e o que ele precisa em cada etapa do seu diagnóstico e tratamento. Primeiro: agora é lei. Segundo: essa lei também institui o Programa Nacional de Navegação de Pessoas com Diagnóstico de Câncer. E terceiro: são estabelecidas diretrizes para a incorporação de novas tecnologias e medicamentos. É fundamental que entendamos como é esse processo, que ele seja mais transparente e que a sociedade civil, grupos de pacientes organizados, ONGs no Brasil possam participar e ver esse projeto com muita transparência.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
![ícone do WhatsApp](/frontend/src/assets/icon/whatsapp.png)
![ícone de telegrama](/frontend/src/assets/icon/telegram.png)
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
pan cred login
whatsapp download blue
bpc consignado
pague menos png
abara png
picpay baixar
consignado do auxílio brasil
empréstimo sem margem inss
inss credito
bpc loa