O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça disse nesta segunda-feira, 24, que é preciso “ter equilíbrio e consideração” no combate às fake news, para que “não nos tornemos censores da vontade ou das expressões das pessoas” . A afirmação foi feita durante palestra em evento da Controladoria-Geral do Município de São Paulo, que lançou cartilha e manual sobre condutas proibidas aos funcionários em período eleitoral.
Depois de citar uma lista de pontos que o ministro considera essenciais para a integridade dos servidores, Mendonça abordou o tema das fake news, que apresentou como algo que não é novidade. O ministro disse que nesta discussão emergem conceitos “indeterminados”, como “desinformação”, “descontextualização” e “verdade”, o que, segundo ele, traz riscos ao poder sancionador.
“Quando me refiro a opiniões sobre fatos, é ainda mais complicado (do que apenas sobre fatos). Porque é simples dizer que fulano foi condenado por má conduta. ou não? foi condenado. Agora, algo não tão simples é dizer: Fulano é um agente corrupto, desonesto, com ficha suja. A expressão ficha suja tem várias conotações. sempre teremos que priorizar a boa política eleitoral”, afirmou o ministro.
Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para presidir o Supremo, Mendonça acrescentou que há “questões subjetivas” envolvendo a eleição e que é preciso ter cautela com o conceito de “verdade”. “A Justiça Eleitoral tem um papel relevante nisso? Tem. Mas também temos que tomar cuidado para não invadir as esferas de opinião das pessoas, que precisam ser respeitadas, mesmo que discordemos delas”, afirmou.
Acrescentou ainda que “notícias falsas são más, mas precisamos ter o calibre adequado na aplicação desses dispositivos”. “Então, o grande desafio, penso eu, e o amadurecimento da nossa democracia, é termos a informação correta, garantindo a liberdade”, concluiu. Para ele, o “melhor remédio” para as fake news é a prevenção, que seria alcançada por meio da educação.
“Temos que dizer às pessoas que elas precisam ser responsáveis pelo que dizem. Mas não podemos impedir o seu direito de dizer o que pensam. Como opinião, podemos sancioná-las. Podemos, até certo ponto, segundo o ator, até restringir direitos. Mas não podemos restringir a liberdade e praticar a censura prévia”, afirmou.
O ministro assumirá a vaga deixada pelo ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira, 25, na presidência de Cármen Lúcia. Em 2026, ano das próximas eleições gerais, Kassio Nunes Marques deverá assumir a presidência do colegiado, e Mendonça será vice-presidente.
Cármen Lúcia, em seu discurso de posse no início do mês, afirmou que um dos principais desafios da Justiça Eleitoral é o combate às notícias falsas e prometeu tomar medidas firmes contra as notícias falsas nas eleições municipais de 2024.
Mendonça foi indicado ao STF pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2021, anunciado como um jurista “terrivelmente evangélico”. Em setembro do ano passado, quando Bolsonaro ainda estava na Presidência, o ministro foi responsável por impedir a investigação da família do ex-chefe do Executivo por compra de imóveis à vista.
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