Nesta quarta-feira (26/6) é comemorado o Dia Nacional do Diabetes, instituído pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A data promove a conscientização sobre os fatores de risco, o diagnóstico e a prevenção contra a doença, que se caracteriza pela baixa produção ou má absorção de insulina.
A nutricionista e especialista em Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) Adriana Stavro explica que existem três tipos de diabetes. “O diabetes tipo 1, anteriormente conhecido como diabetes juvenil, é uma doença autoimune em que as células pancreáticas produtoras de insulina são destruídas, tornando os pacientes dependentes de insulina. O tipo 2 é caracterizado por níveis elevados de glicose no sangue devido à resistência à insulina e insuficiência de insulina. produção de insulina pelo pâncreas está associada a fatores como obesidade, sedentarismo, alimentação inadequada e histórico familiar”, comenta. O especialista acrescenta que existe diabetes gestacional que ocorre durante a gravidez devido à diminuição da tolerância à glicose e à resistência crônica à insulina.
De acordo com o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), no Brasil existem 20.080.756 pessoas com diagnóstico de diabetes. Mas segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) o número deve ser bem maior, pois estimam que apenas 10,2% das pessoas com a doença são diagnosticadas.
Segundo a SBD, uma em cada 3 pessoas com diabetes não sabe que tem a doença, já que os sintomas do diabetes podem demorar para aparecer — muita sede, urinar demais, visão turva, perda de peso.
Entre os tipos de diabetes, 90% das pessoas diagnosticadas têm diabetes tipo 2. O diabetes tipo 1 (5% a 10% do total) ocorre em pessoas com predisposição genética, em que o sistema imunológico ataca erroneamente as células produtoras de insulina.
Mitos sobre a doença
Não faltam receitas “milagrosas” que prometem controlar a doença. Porém, os cuidados e o controle da glicemia são essenciais para evitar complicações futuras, que ocorrem quando o tratamento não é realizado de forma adequada. Diante disso, é comum que surjam dúvidas e inúmeras desinformações ou mitos que cercam o assunto.
Com base nisso, a nutricionista Adriana Stavro esclareceu alguns mitos que surgem principalmente na internet. “Um dos principais é que quem tem diabetes não pode comer açúcar. Esse é um dos mitos mais comuns sobre o diabetes, de que quem tem a doença deve seguir uma dieta sem açúcar. equilibrado e pode consumir açúcar com moderação”, comenta.
“Outro mito comum é que apenas pessoas com sobrepeso desenvolvem diabetes, embora a obesidade seja um fator de risco significativo, pessoas de qualquer peso podem desenvolver diabetes, especialmente diabetes tipo 1”, e por fim o especialista acrescenta que o diabetes é classificado como uma doença não transmissível, o que significa que não pode ser transmitido por espirros, toque, sangue ou qualquer outro meio de pessoa para pessoa.
Como prevenir diabetes tipo 2
• Adote uma dieta saudável: Priorize alimentos in natura e minimamente processados, evitando açúcares refinados, alimentos processados ricos em gorduras saturadas e carboidratos refinados.
• Mantenha um estilo de vida ativo: Pratique exercício físico regularmente.
• Gerenciar o peso corporal: Mantenha um peso adequado para evitar a obesidade, que é um fator de risco significativo.
O tratamento do diabetes envolve:
• Mudancas de estilo de vida: Eles incluem atividade física regular, controle dos níveis de estresse e manutenção de um peso corporal saudável.
• Dieta balanceada: Inclua alimentos antiinflamatórios, antioxidantes e de baixo índice glicêmico, como fibras, proteínas magras, gorduras saudáveis, vegetais sem amido, peixes ricos em ômega-3, grãos e cereais integrais, frutas com baixo índice glicêmico e ervas e especiarias.
• Medicamento: Em alguns casos, é necessário o uso de insulina ou medicamentos que ajudem a controlar os níveis de glicose no sangue, principalmente para DM1 e alguns casos de T2.
Fatores de risco
• Obesidade: É um dos principais fatores de risco para diabetes tipo 2 (DMT2) e diabetes gestacional (DMG).
• Estilo de vida sedentário: A falta de atividade física contribui para a resistência à insulina.
• Dieta inadequada: Consumo excessivo de açúcares refinados e gorduras saturadas.
• História de família: Ter familiares próximos com diabetes aumenta o risco.
• Idade: O risco de desenvolver diabetes aumenta com a idade.
• Condições de saúde pré-existentes: Hipertensão e colesterol alto podem piorar o risco.
Complicações podem ser desencadeadas pelo diabetes
• Complicações cardiovasculares: A diabetes aumenta o risco de doença arterial coronária com dor no peito (angina), ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e estreitamento das artérias (aterosclerose).
• Danos renais causados por diabetes (nefropatia diabética): Os rins contêm milhões de pequenos aglomerados de vasos sanguíneos (glomérulos) que filtram os resíduos do sangue. O diabetes pode danificar esse delicado sistema de filtragem e causar insuficiência renal.
• Danos nos nervos causados por diabetes (neuropatia diabética): Muito açúcar pode danificar as paredes dos minúsculos vasos sanguíneos (capilares) que nutrem os nervos, especialmente nas pernas. Isso pode causar formigamento, dormência, queimação ou dor, que geralmente começa nas pontas dos dedos das mãos ou dos pés e se espalha gradualmente.
• Danos oculares causados por diabetes (retinopatia diabética): O diabetes pode danificar os vasos sanguíneos dos olhos, o que pode levar à cegueira.
• Problemas nos pés: Ulcerações e infecções que podem levar à amputação.
• Doença de Alzheimer: O diabetes tipo 2 pode aumentar o risco de demência, como a doença de Alzheimer.
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