O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está em andamento uma “operação de pente fino” nos ministérios para revisar os gastos públicos, mas disse que “todos os pobres continuarão com programas sociais”. Em entrevista à Rádio Itatiaia, nesta quinta-feira, 27 , Lula afirmou que “sempre há espaço para cortar” no orçamento, mas que só será excluído quem não tem direito aos benefícios sociais.
“Por mais que queiramos fazer política social, por mais que queiramos fazer benefícios, não se pode jogar dinheiro fora”, disse Lula. “Então, só vai receber o benefício quem tem direito. Quem tem está dentro da lei”.
Lula afirmou que o governo está realizando um “estudo aprofundado” para identificar casos que possam sofrer cortes de gastos, mas que não fará “ajustes para os pobres”. “Em todos os ministérios, em todos os investimentos, estamos a fazer uma operação de pente fino para saber se há coisas que se pode deixar de fazer”, declarou. “Não me diga para mudar o benefício. Se os pobres tiverem direito, eles receberão o benefício.”
Lula acrescentou: “Só posso dizer o seguinte. Se tiver gente que não tem direito a receber, vai ser cortado, mas todos os pobres vão continuar com seus programas sociais, porque se o Estado não cuidar essa gente, essa gente vai morrer de fome”.
O presidente também criticou mais uma vez a desoneração da folha de pagamento e afirmou que “o Brasil tem muitos subsídios”, em referência à perda de arrecadação do governo.
Lula também pregou o aumento dos investimentos no Brasil e lembrou uma declaração que fez anteriormente, durante o “Conselhão”, sobre possíveis apostas no fortalecimento do dólar frente ao real representando uma perda de dinheiro. “Tem um grupo de pessoas que quer viver da especulação. Tem gente apostando no dólar para enfraquecer o real”, declarou.
Ele também fez uma referência irônica aos economistas da oposição e do governo, comentando que aprendeu economia com sua própria mãe.
“Sempre quis fazer ensino superior. Não consegui. E queria ser economista”, disse Lula. “Porque economista é um cara esperto. Um economista, quando está na oposição, sabe tudo. Quando chega ao governo, parece que ele esquece.”
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