Tomar suplementos multivitamínicos regularmente não garante longevidade. É o que aponta um grande estudo publicado recentemente na revista Jama Network Open. O trabalho, liderado por investigadores do Instituto Nacional do Cancro dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, incluiu uma grande análise de dados de quase 400 mil adultos saudáveis dos EUA, acompanhados durante mais de 20 anos.
Os cientistas enfatizam que muitas pessoas usam multivitaminas na tentativa de melhorar sua qualidade de vida e saúde. Porém, as vantagens e desvantagens do uso diário desse tipo de suplemento ainda não são totalmente conhecidas. Alguns ensaios anteriores sobre a utilização destas fórmulas e taxas de mortalidade tiveram resultados mistos e foram limitados devido aos curtos períodos de acompanhamento.
Para avaliar a relação entre o uso regular de multivitamínicos a longo prazo, a mortalidade e o risco de morte por doenças cardiovasculares e tumores, os investigadores analisaram dados de três grandes estudos, que, no total, envolveram 390.124 adultos norte-americanos.
A equipe detalhou dados do Estudo de Dieta e Saúde dos Institutos Nacionais de Saúde (AARP), do Estudo de Triagem de Câncer de Próstata, Pulmão, Colorretal e Ovário e do Estudo de Saúde Agrícola. Com uma amostra inicial de 566.398 adultos, foram excluídos participantes com histórico de câncer, diabetes, doenças cardíacas, entre outros, resultando em uma análise de 362.219 indivíduos.
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Os voluntários foram acompanhados por mais de duas décadas. A maioria dos participantes incluídos no estudo eram saudáveis, sem histórico de tumores ou patologias crônicas. Eles foram questionados, em questionários iniciais e de acompanhamento, sobre o uso de suplementos.
Devido ao grande número de participantes envolvidos no trabalho e ao longo acompanhamento, além das extensas informações sobre dados demográficos e de estilo de vida, os cientistas conseguiram minimizar os efeitos de algumas variáveis que podem ter influenciado os resultados de outros estudos . Por exemplo, as pessoas que usam multivitaminas podem ter estilos de vida mais saudáveis em geral, e os pacientes mais doentes podem ter maior probabilidade de tomar mais suplementos.
De acordo com o artigo, a análise da equipe revelou que os voluntários que tomavam esses suplementos diariamente não apresentavam menor risco de morte por qualquer causa do que as pessoas que não tomavam essas formulações. A publicação destaca ainda que não houve diferenças na mortalidade por cancro, doenças cardíacas ou patologias cerebrovasculares. Os resultados foram ainda ajustados para fatores como raça e etnia, educação e qualidade da dieta.
Os pesquisadores observaram que é importante avaliar o uso de multivitamínicos e o risco de morte entre diferentes tipos de populações e em pacientes com deficiências nutricionais. Também é necessário investigar os impactos destes suplementos em outras condições de saúde associadas ao envelhecimento.
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