Desde que foi convencido a dar entrevistas todos os dias para ocupar um lugar na mídia, o presidente Lula tem insistido em criticar a autonomia do Banco Central e, em particular, do seu presidente, Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro. Nos últimos dias, ele chamou de cretinos os que cadastraram, mas ao falar de contas públicas, juros e Banco Central, faz o dólar disparar. Contra a autonomia do Banco Central, Lula quer que o presidente seja indicado por ele. Aí o dólar vai para 5,70, encarecendo tudo. Porém, ele ressalta que terá que esperar pacientemente o fim do mandato de Campos Neto, porque é uma lei do Congresso. Então por que falar, se você vai esperar? Só desgasta e afeta a economia, com afirmações no mínimo estranhas, como esta última, de que o MST não tira terras de ninguém; Quem tira a terra do agricultor são os bancos. Para aqueles que tiveram apoio dos banqueiros, a declaração só os faz perder apoio. Simples erros de avaliação, cometidos por quem sempre teve fama de intuitivo, revelam um certo cansaço, neste ano e meio do terceiro semestre.
Lula até imitou Bolsonaro, criticando o STF: “O STF não precisa se envolver em tudo”. Na verdade, o discurso excessivo atribuído a Bolsonaro parece estar sendo superado por Lula, reclamando das mães que têm filhos demais, anunciando que não financiará os rizicultores do Rio Grande do Sul que passaram da seca às enchentes recordes e acusando o presidente do Banco Central de trabalhar para os banqueiros, mas sempre elogiando o MST, que, por sua vez, critica Lula por frustrar as expectativas dos sem-terra. Na polêmica das drogas, ele lavou as mãos como Pilatos. Ele se absteve de opinar, atribuindo a decisão à “ciência”, esquecendo que as famílias esperam do Estado ações sociais e sanitárias para prevenir, tratar, reprimir e capturar o narcotraficante —e diminuir o infortúnio.
Até hoje, o país se lembra do presidente Itamar, que destituiu o ministro Hargreaves até demonstrar inocência de suspeita, pois um ministro precisa estar acima de qualquer suspeita. Lula não considerou isso um bom exemplo, e mantém o ministro Juscelino Filho, mesmo sendo indiciado por corrupção pela Polícia Federal. É errado ver uma acusação de corrupção como algo com que se pode conviver? Quando perde no Congresso e os seus vetos são derrubados, ele culpa os líderes, os ministros e agora os jornalistas e, provavelmente, os seus marqueteiros. Como no Rio Grande cheio de água o discurso foi esvaziado por falta de ações efetivas, está marcada para esta quinta-feira uma reunião gigantesca do agro gaúcho, para tentar despertar o governo federal.
Na política externa não é diferente. Está perto de Maduro, de Cuba, de Ortega, do Irão, do Hamas, e longe de Israel, com quem temos contratos, e da Argentina, com quem temos vizinhos. No “golpe” na Bolívia, foi apressado e enganado por fraudes, que Evo Morales não aceitou. Nos Estados Unidos, o retorno de Trump é cada vez mais palpável, e o Brasil poderá ficar sozinho com os amigos de Lula, já um tanto distanciados de Boric, do Chile, e sem afinidades com os presidentes do Paraguai e do Uruguai. Milei estará em Balneário Camboriú no fim de semana, com Bolsonaro, e não estará com Lula na segunda, na reunião do Mercosul em Assunção. Enfim, o presidente do Brasil caminha mais e fala mais que Biden, mas os resultados são parecidos.
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