A jovem mineira que está organizando uma arrecadação online para custear sua viagem à Suíça para realizar a eutanásia conseguiu arrecadar mais de 20% do valor total. Até às 12h desta terça-feira (7/3), a veterinária Carolina Arruda Leite, 27 anos, havia arrecadado quase R$ 5 mil. Em menos de 24 horas, o crowdfunding aumentou mais de R$ 29 mil, totalizando R$ 34.258,84 até a publicação da matéria.
A veterinária, de Bambuí, Região Central de Minas Gerais, tem neuralgia do trigêmeo bilateral, doença que afeta o nervo trigêmeo, responsável pela sensibilidade facial. Segundo especialistas, a doença causa algumas das piores dores do mundo. Devido à baixa qualidade de vida, a jovem decidiu realizar a eutanásia, que é a interrupção da vida de um paciente que sofre de uma doença grave. Como a prática é proibida no Brasil, ela arrecada dinheiro para realizar o procedimento na Suíça.
No total, 742 pessoas contribuíram para a arrecadação do valor desde a sua criação, em 1º de julho. Desses apoiadores, cerca de 550 contribuíram nas últimas 24 horas. Em entrevista com Estado de MinasCarolina diz acreditar que as pessoas se conscientizaram dela, pois sabe que existem diversas outras pessoas acometidas por doenças que causam dor.
“Acho que o meu caso está conscientizando muita gente, por isso esse aumento repentino do valor. Muitas pessoas sofrem com dores ou conhecem alguém que sofre muito, acredito que as pessoas que estão ajudando têm empatia com a situação”, afirma a jovem.
A conscientização sobre o caso ganhou repercussão depois que a jovem começou a compartilhar sua rotina de cuidados nas redes sociais. Ela compartilha as dificuldades, como os momentos de crise, que causam dores extremas, e os medicamentos que toma. Em vídeos, ela conta que já tentou buscar tratamentos, além de realizar quatro cirurgias para reverter o quadro, mas sem sucesso.
Decisão difícil
O veterinário disse ao Estado de Minas que antes tinha esperança de melhorar e poder viver sem dor, mas depois de várias tentativas entendeu que a situação não mudaria. A dor que a mineira sente é comparada a choques elétricos equivalentes a três vezes a carga de uma rede de 220 volts, que atravessam constantemente seu rosto, sem aviso e sem trégua.
“Tive esperança várias vezes, ao longo de vários procedimentos, tanto cirúrgicos quanto farmacológicos que tentei e essa experiência só piorou tudo. Só me deixou mais ansioso e cada vez mais decepcionado depois que a tentativa não deu certo. tem solução acabou, porque sei que não tem mais”, afirma.
Com a repercussão do caso, a jovem recebeu alguns comentários em suas publicações, recebendo recomendações de tratamentos alternativos e até a recomendação de médicos especialistas para que ela repensasse a decisão de realizar a eutanásia. Embora os comentários não mudem a opinião de Carolina, ela acredita que as pessoas são bem intencionadas ao sugerir outras opções para ela.
“Acho que as pessoas estão tentando ajudar, então não vejo isso como um desserviço nem interpreto isso de maneira ruim. Acredito que as pessoas estão tentando ajudar e tentando encontrar esperança para mim. As pessoas que veem isso de fora realmente criam esperança em relação a diferentes tratamentos e médicos, mas não tenho mais essa esperança”, diz ela.
Para ela, a decisão não é fácil, mas é a melhor a tomar. Carolina conta que já conversou com pessoas que moram com ela sobre a decisão, como mãe, avó, marido e filha de 10 anos. Segundo a jovem, a família já sabe de seus desejos há muito tempo e, embora entendam a decisão, não concordam.
“Eles (familiares) já sabem há muito tempo, mas eu ainda não tive coragem de falar abertamente. As pessoas lidam com isso de uma forma muito compreensível. Minha família diz que entende, que entende minha situação e meus desejos, mas obviamente não aceita. Eles não querem que eu faça isso, mas entendem”, afirma.
A filha de Carolina também sofre com a decisão, mas entende a situação. Segundo a veterinária, ela conversa muito sobre o assunto com a filha, que acompanha o sofrimento da mãe. As dores e limitações causadas pela doença são tema de conversa com ela, e ela disse que se uma pessoa escolhe morrer é porque a dor deve ser muito forte.
Eutanásia no Brasil
Carolina busca realizar o procedimento na Suíça, pois não há regulamentação quanto eutanásia no Brasil. A prática é entendida como homicídio e, portanto, é criminalizada, uma vez que o Código Penal Brasileiro só concede redução de pena para o crime de homicídio se for comprovada a motivação de “valor moral relevante” na prática da eutanásia.
A eutanásia é diferente do suicídio assistido, também proibido no Brasil. Esse procedimento consiste na administração de medicamentos pelo próprio paciente para interromper sua vida. Para isso, o paciente deve estar no controle de suas capacidades mentais, sob supervisão de um médico.
gatinha
Os interessados em contribuir com a arrecadação podem clicar aqui ou ajudar usando a chave pix 4925543@vakinha.com.br
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
ra soluções financeiras
blue cartao
empresa de crédito consignado
download picpay
brx br
whatsapp bleu
cartão consignado pan como funciona
simulador crédito consignado
como funciona o cartão consignado pan
ajuda picpay.com