A Polícia Federal decidiu indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro por crime na investigação sobre a venda de joias recebidas por ele quando ocupava a Presidência da República. A investigação foi concluída e enviada ao Judiciário nesta quinta-feira (7/4). Investigações realizadas nos últimos meses apontam para a participação ativa do político nos atos que culminaram no transporte e venda de itens preciosos nos Estados Unidos, segundo fontes consultadas pela reportagem. O relatório faz parte de um processo judicial físico, que só deve ser protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF) amanhã (5).
A corporação finalizou o relatório final sobre a situação e incluiu a descoberta de uma nova joia, levada aos EUA para ser vendida. Além de Bolsonaro, foram indiciados o ex-ajudante de campo Mauro Cid, seu pai, Mauro Cesar Cid, os advogados Frederick Wassef e Fabio Wajngarten, entre outros.
O documento será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que então decidirá se abre ou não reclamação no STF. O caso deverá ser concluído nas próximas duas semanas e poderá ser apresentado a qualquer momento.
Em maio, a PF enviou uma delegação aos Estados Unidos. Policiais brasileiros trabalharam em conjunto com o FBI em solo norte-americano e visitaram uma loja de penhores onde as joias teriam sido vendidas. A investigação mostra que os envolvidos sabiam da ilegalidade de levar o material ao país norte-americano e tentaram ocultar provas para dificultar o trabalho das autoridades. O objetivo seria vender para pagar a permanência no país.
A expectativa é que as investigações sobre fraudes na carteira de vacinação e de familiares de Bolsonaro (que retornaram à PGR para novas investigações) também sejam finalizadas neste mês, além de apurar sua suposta participação na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023.
A investigação sobre um esquema de espionagem paralelo realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo do ex-presidente deve demorar um pouco mais e ser concluída em agosto deste ano.
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