Após três meses de aumento, o percentual de brasileiros endividados em junho de 2024 permanece estável, mas o número continua elevado. No mês de maio, os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) registraram o maior percentual desde novembro de 2022, com 78,8%, mesmo percentual de junho de 2024. A Conferência Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC ) destaca que, apesar do resultado otimista, a expectativa é de continuidade da dívida no segundo semestre.
O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, entende que a manutenção do percentual reflete a preocupação e a cautela das famílias em evitar o acúmulo de dívidas. “A manutenção da taxa da dívida revela alguma preocupação com o incumprimento por parte das famílias, que têm aproveitado o momento para aliviar dívidas, em vez de assumirem novos compromissos”, disse.
A pesquisa mostra que os impactos do desastre no Rio Grande do Sul influenciaram no aumento do percentual de endividamento. O estado representa 0,4 ponto percentual da dívida das famílias brasileiras. Sem o Estado, o saldo devedor teria aumentado 0,1 p.p., o que mostra, segundo a CNC, que metade do aumento apresentado nos dados de inadimplência nacional (0,2 p.p.) foi causado pela demanda por crédito pelas famílias gaúchas.
Mesmo representando o aumento em pontos percentuais, o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, destaca o comprometimento das famílias gaúchas com o pagamento de suas contas. “Apesar do aumento de 0,4 p.p. na dívida no Rio Grande do Sul, a inadimplência no Estado diminuiu 0,2 p.p. no mês, mostrando que, apesar da tragédia, as famílias continuaram conseguindo honrar seus compromissos. Esse efeito indica que as medidas de apoio do Estado começaram a surtir efeito na prática, trazendo algum alívio ao orçamento das famílias gaúchas”, destaca.
O perfil de crédito das famílias brasileiras melhorou em junho: as famílias que se consideram “muito endividadas” caíram 0,6 pp (17,2%), enquanto o grupo “pouco endividado” aumentou 0,6 pp (33,7%). Os atrasos na dívida, no entanto, aumentaram 0,2 pp (28,8%) face ao mês anterior. Além do aumento de 0,3 pp nas dívidas com mais de 90 dias, que representa 47,6%, o maior percentual de devedores em 2024.
Tavares acredita que os atrasos revelam dificuldades no pagamento das dívidas e medo de novas parcelas por parte das famílias. “Os atrasos estão durando mais, o que revela certa dificuldade em honrar os compromissos, fazendo com que as famílias tenham mais medo de fazer novas parcelas neste momento”, avalia Felipe Tavares.
*Estagiário sob supervisão de Talita de Souza
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