Para o diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária de Brasília (CNA), Bruno Lucchi, o Plano Safra é a principal linha de acesso ao crédito para pequenos e médios produtores agrícolas do Brasil, sendo importante, principalmente, para priorizar o investimento linhas que o produtor tem dificuldade de buscar no mercado privado, como recuperação de pastagens, práticas de produção sustentável e construção de armazéns. Para o CB.Agro – parceria entre Correspondência Isso é TV Brasília — nesta sexta-feira (7/5), ele argumentou que o valor anunciado pelo governo para o plano, de R$ 475 bilhões, ficou abaixo do valor sugerido pela CNA, que era de R$ 570 bilhões, o que poderia prejudicar o acesso desses produtores creditar.
“É a principal linha que o produtor tem à disposição, pois quando precisar de recursos, além de ter capital próprio, pode ir ao mercado financeiro buscar esse recurso. As pequenas e médias empresas têm poucas opções, por isso o plano é muito importante para isso. Dito isto, o valor anunciado, de R$ 475 bilhões, é um valor que consideramos abaixo do esperado pelo setor. A CNA fez uma proposta para chegar a R$ 570 bilhões —em relação ao plano anterior, era 31% maior— e o que conseguimos foi um aumento de 9%. Desse aumento de 9%, a parcela que importa, que são os recursos equalizados — ou seja, o recurso que terá essa taxa de juros menor — foi menor este ano. Então, basicamente essa é a nossa crítica, de que o que vai crescer são os recursos livres, onde a taxa de juros é a taxa de mercado, basicamente”, lamentou.
Além da insatisfação com o aumento dos recursos destinados aos recursos equalizados, Bruno Lucchi também manifestou indignação em relação aos recursos do Plano Safra destinados ao seguro rural. Para o diretor técnico da CNA, é importante que o governo subsidie parte significativa do prêmio deste seguro para incentivar a consolidação de uma cultura de contratação do benefício no país, bem como ampliar o acesso a ele.
“É algo que ainda está crescendo. Os produtores ainda precisam criar uma cultura de seguros, precisam ter mais produtos e preços mais baixos para que possamos ampliar a área segurada no Brasil. É por isso que é importante que o governo ajude subsidiando parte do prêmio do seguro, para que possamos expandir o seguro e tê-lo a um custo menor no futuro, como é o seguro automóvel hoje. É mais acessível porque muita gente faz, mas se menos gente fizesse, o preço seria mais alto. No ano passado, tínhamos cerca de R$ 900 milhões para subsidiar prêmios de seguros rurais, e a demanda que tínhamos para este ano era chegar a R$ 3 bilhões e, para o ano que vem, R$ 4 bilhões. O que foi anunciado esta semana foi um aumento de R$ 210 milhões, principalmente para o Rio Grande do Sul, devido aos problemas que a região teve com as enchentes”, disse.
Segundo Bruno Lucchi, um valor maior destinado a esse seguro no Plano Safra do ano passado poderia ter ajudado um grande número de produtores afetados por desastres climáticos — como as enchentes no RS e as queimadas causadas pelo El Niño — a retomarem mais seus processos produtivos. rapidamente. . Para ele, esse aumento de recursos, até agora abaixo do esperado, é insuficiente para cobrir os riscos a que alguns produtores se expõem com determinadas atividades produtivas, o que poderia resultar em impacto no volume de produção de algumas culturas.
“Ainda será um recurso insuficiente para que os produtores se exponham ao risco em algumas atividades. Então, o que pode acontecer é que muitos produtores mudem de atividade — em vez de plantar milho, que é uma cultura exigente, vão plantar soja, por exemplo. Em vez de adicionar mais fertilizante, ele adicionará menos porque, de qualquer forma, corre o risco de ter um problema climático. Isso tem um impacto enorme no volume a ser produzido. Reconhecemos o esforço do Ministério da Agricultura para realmente buscar um plano melhor, mas achamos que ficou aquém das demandas que o setor teria para continuar produzindo e aumentando a produção brasileira”, argumentou.
Na visão do diretor técnico da CNA, a união entre a maior prevalência de fenômenos climáticos extremos que vêm ocorrendo e a dificuldade de acesso dos produtores agrícolas ao crédito e ao seguro rural — devido a aumentos insuficientes desses recursos no Plano Safra — poderia resultar numa diminuição da produção em relação à última colheita. Junto a isso, Lucchi defendeu que o aumento da produção é algo que beneficia o país em geral, com impactos positivos na inflação, no preço da cesta básica e nas exportações.
“Em vez de termos uma ‘super colheita’, que ajuda a reduzir a inflação no país, ajuda realmente a melhorar o preço da cesta básica e a gerar excedentes para exportação, podemos ter uma produção mais enxuta, talvez até abaixo do que estamos produzindo nesta safra, que teve problemas climáticos. Então a preocupação é essa, você não dá o estímulo necessário para que os produtores continuem ampliando a produção, o que, teoricamente, é benéfico para todo o país”, explicou.
Cesta básica sem carne
Lucchi também comentou a exclusão da carne da cesta básica, no texto da Reforma Tributária, apresentado esta semana. Disse que a inclusão deste alimento no cabaz, bem como de alguns tipos de queijo, é uma exigência importante do sector agrícola que beneficiará, sobretudo, a população com menores rendimentos. O diretor técnico afirmou que a decisão impacta diretamente o consumidor e que o setor continuará buscando discutir o assunto com o parlamento.
“As carnes e os queijos básicos fora da cesta básica têm um impacto muito maior nos consumidores. Claro, isso impacta o produtor que poderá ter redução no consumo? Pode, mas a nosso ver, se você vai trabalhar em tributação, em alimentação — assim como faz o resto do mundo —, é uma questão de segurança alimentar, é algo estratégico. E a população, sobretudo a de rendimentos mais baixos, vai pagar mais pela carne, porque terá de pagar uma taxa diferente. O ideal, mesmo, seria que a carne tivesse um tratamento diferenciado. O que a equipe técnica do governo tem afirmado é que se realmente adicionarem carne, haverá um aumento da alíquota geral do imposto, se não me engano, de 0,2%, mas há economistas que contestam esse número e dizem que ganhou não seja tudo isso. E ninguém abre a planilha do outro lado para mostrar qual é realmente esse valor, então a nossa discussão é mesmo entrar mais detalhadamente sobre isso, porque é um produto essencial que não poderia ficar de fora da cesta básica”, disse. defendido.
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
ra soluções financeiras
blue cartao
empresa de crédito consignado
download picpay
brx br
whatsapp bleu
cartão consignado pan como funciona
simulador crédito consignado
como funciona o cartão consignado pan
ajuda picpay.com