Escrito no século XIX, em estilo romântico, Os Últimos Dias de Pompéia é um romance histórico do autor inglês Edward Bulwer-Lytton, datado de 1834. Retrata a vida na antiga cidade romana de Pompéia às vésperas de sua destruição, durante a erupção do Monte Vesúvio, no ano 79 dC Pompéia era uma cidade próspera e sofisticada, com população estimada em 20 mil habitantes.
Bulwer-Lytton fez uma revisão histórica dos hábitos alimentares, do vestuário, de aspectos culturais mais complexos, como a diversidade de povos e costumes da cidade e os conflitos entre as crenças religiosas greco-romanas e o cristianismo primitivo, em meio à história ficcional do jovem ateniense Glauco, a escrava Nídia e a bela aristocrata Júlia, em meio ao declínio do Império Romano.
Redescoberta no século XVIII, Pompeia é um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo, uma visão única da vida romana antiga. Hoje, os visitantes podem explorar as suas ruínas e ver vestígios da cidade, incluindo casas, lojas, banhos públicos, teatros e até bordéis. As ruínas das cidades vizinhas de Herculano e Stabiae também foram preservadas por cinzas vulcânicas.
Mas o que a destruição de Pompéia tem a ver com o momento que vivemos? Sinceramente, é apenas uma sensação de que a política brasileira vive um momento de alienação dos problemas da população, como os aristocratas de Pompéia. Nossos parlamentares focam nos seus interesses imediatos e nenhum projeto de país. A agenda política mais importante até esta quarta-feira foi a regulamentação da reforma tributária, cuja proposta foi apresentada pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), relator do substitutivo do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/24, do Poder Executivo .
O texto estabelece as regras do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IBS), da Contribuição Social sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (CBS) e do Imposto Seletivo (IS). Apenas sete deputados participaram das negociações para sua preparação, que passaram por 22 audiências públicas e 231 mesas de diálogo, em 218 horas de negociações com 1.344 representantes de governos e setores econômicos, ou seja, todos os lobbies organizados no Congresso. Tudo foi resolvido na faculdade de liderança. Mas não conseguiu corresponder à opinião pública.
Dias de festa
Às vésperas do recesso, Brasília vive uma semana glamorosa, com festas e encontros políticos quase todos os dias. Na terça-feira, em um restaurante do Lago Sul, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, presidente do PSD, promoveu um grande jantar em homenagem ao seu candidato à presidência da Câmara, deputado Antônio Brito (PSD-BA), que reuniu praticamente todos os dirigentes da Câmara, entre camarões e vinho e whisky à vontade. “Anote aí, Brito será o próximo presidente da Câmara”, garantiu.
Também estiveram presentes os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), José Múcio (Defesa), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), André de Paula (Pesca), Luiz Marinho (Trabalho), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Jader Filho (Cidades) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), que chegaram por último. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, porém, roubou a cena, chamando Arthur Lira para um bate-papo no ouvido dele (diante das câmeras).
Lira precisa do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e do PL para eleger seu candidato à presidência da Câmara, Elmar Nascimento (União Brasil-BA), o que explica a agenda reacionária que ela impôs à Câmara e queimou seu filme na opinião pública, além de lhe causar algumas derrotas, como a questão da criminalização do aborto em casos de estupro. Na festa, um vulcão fervia. Alguns parlamentares reclamaram que a regulamentação da reforma tributária era uma caixa preta controlada por Lira.
Alguns jabutis já eram conhecidos, como a tributação especial dos carros elétricos, a redução de impostos sobre armas, carvão, agrotóxicos, igrejas e alguns outros contrabandos que ainda estão nas sombras. O grande pomo da discórdia, porém, foi a exclusão da proteína animal da cesta básica: da linguiça à picanha, dos ovos ao frango, da sardinha ao badejo. Estima-se que a carne ficaria em média 10% mais cara.
O ex-relator da reforma tributária, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), não escondeu o descontentamento e articulou abertamente a inclusão da carne na cesta básica. Ele considerou isso um absurdo, ainda mais dada a expansão exagerada de seus produtos para agradar lobbies empresariais. À noite, durante a votação, sob tanta pressão, o relator Reginaldo Lopes, petista de carteirinha, saudou a emenda do PL para incluir proteína animal na cesta básica, em acordo entre lideranças. A regulamentação da reforma tributária é uma mudança institucional histórica na economia, porém, marca os últimos dias do reinado de Arthur Lira na Câmara. Ao retornar do recesso, ele terá que organizar sua própria retirada e tentar encontrar um sucessor, o que não será fácil.
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