O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira (15/7), que o Brasil tem interesse em concluir o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia o mais rápido possível, mas destacou que o avanço nas negociações depende mais da vontade política dos Europeus para resolver “as suas próprias contradições internas”. A declaração ocorreu durante reunião com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, no Palácio do Planalto.
“Expliquei (a Mattarella) que o progresso nas negociações depende de os europeus resolverem as suas próprias contradições internas. Medidas como o imposto sobre carbono imposto unilateralmente pela União Europeia poderão afetar cinco dos dez produtos brasileiros mais exportados para o mercado italiano”, destacou Lula.
Mattarella, por sua vez, destacou os laços de unidade entre Brasil e Itália e destacou que é fundamental que seu país aprove rapidamente o acordo comercial entre os dois blocos. “Em relação ao Mercosul e à União Europeia, consideramos fundamental chegar rapidamente a uma decisão”, afirmou o italiano.
Ele argumentou que o acordo tem um importante “significado histórico”, medida que aproxima os dois blocos. “Reúne duas grandes realidades de colaboração e paz, o Mercosul e a União Europeia, em benefício do mundo. O tecido de colaboração entre integrações continentais é um elemento para garantir a paz mundial”, concluiu.
Lula também declarou que o governo brasileiro tem interesse em implementar rapidamente o instrumento, mas não deixou de exigir que os europeus tomassem a iniciativa.
“Como fiz na recente Cúpula do Mercosul em Assunção, reiterei ao presidente italiano o interesse do Brasil em concluir, o mais rápido possível, um acordo com a União Europeia que seja equilibrado e contribua para o desenvolvimento de ambas as regiões”, disse Lula.
Reino Unido e França
No comunicado dos dois chefes de Estado, Lula destacou que na conversa com Mattarella manifestou satisfação com a vitória das forças “democráticas e progressistas” nas eleições na França e no Reino Unido. “São fundamentais para defender a democracia e a justiça social contra as ameaças do extremismo”, apontou o brasileiro.
Embora as declarações apontem para uma convergência entre os dois líderes, quando os dois falaram sobre a guerra na Ucrânia o tom dos discursos foi sutilmente diferente. O italiano fez questão de reforçar, em diversas ocasiões, que a postura da Rússia em invadir a Ucrânia é inaceitável e não pode ser tolerada à luz do direito internacional. O discurso do brasileiro reforçou a importância do diálogo pelos canais diplomáticos para encerrar as hostilidades.
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