Indiciado e réu no Supremo Tribunal Federal (STF) acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa (visto como mandante intelectual do crime) prestou depoimento em O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (15/7), foi listado como testemunha de defesa do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ).
Preso em uma penitenciária federal de Brasília desde 24 de março, há quase quatro meses, Barbosa negou envolvimento no assassinato e afirmou que está preso em vingança contra Ronnie Lessa, o assassino confesso da morte do parlamentar do PSol, que o nomeou em um declaração porque indicou o delegado Giniton Lages para investigar o caso —foi Lages quem prendeu Ronnie Lessa.
Apesar de aparecer como testemunha de Brazão, Rivaldo Barbosa disse que nunca teve qualquer relação com os irmãos Brazão, que não os conhece e que nunca falou com eles. O delegado é apontado na investigação como o responsável pela ação que levou à morte do vereador. Barbosa disse que utilizaria o espaço da Câmara dos Deputados para fazer sua defesa, o que lhe teria sido negado até agora pelas autoridades responsáveis pela investigação.
“Não tenho ideia (por que foi listado). Só aceitei porque quando eles (agentes da PF) vieram me ouvir, pedi para falar em público, para que ficasse gravado em vídeo. sobre a minha indignação, já perdi 15 quilos…Hoje estou aqui porque lutei contra a milícia, contra essas pessoas que matam muita gente, inclusive Marielle e Anderson. Quem liderou toda a investigação foi a polícia. cacique Giniton Lages, que, com provas técnicas, prendeu o homem Ronnie Lessa, que é miliciano. Foi a milícia que matou Marielle”, disse Barbosa.
Ao ser questionado se sabia por que foi chamado como testemunha de defesa de Chiquinho Brazão, também réu acusado de ser o mandante do crime, mesmo sem conhecê-lo, Barbosa respondeu que aceitou o convite para aproveitar o espaço e se defender.
“Esse é um momento para eu poder falar. Me tiraram da minha casa e fui levado para esse presídio sem ter feito nada. A única coisa que fiz foi indicar o policial que prendeu Ronnie Lessa. única forma de minha família me ver Desde 31 de maio de 1969, quando nasci, nunca falei com nenhum irmão Brazão. Nunca tive contato com eles, nem político, nem profissionalmente, nem por motivos de lazer, religiosos ou espirituais. .
Rivaldo Barbosa afirmou ainda que jamais se envolveria na morte de ninguém, muito menos da vereadora, que a ajudou muito, disse. “Se eu não fizesse isso com alguém de quem não gosto, talvez com alguém que só me ajudou. Marielle só me ajudou”, disse o delegado.
O delegado se referiu ao período em que o vereador era funcionário do gabinete do então deputado estadual Marcelo Freixo, no Rio, também do PSol. “Quando assumi a Delegacia de Homicídios, o deputado Marcelo Freixo era da Comissão de Direitos Humanos e a cada morte que ocorria nas comunidades ele me ligava e me denunciava. E aí, com o passar do tempo, houve muitos incidentes e ele deixou a Marielle para entrar em contato comigo. Marielle entrou em contato comigo”, disse ele.
Sobre a participação ou não do deputado na morte da vereadora, Barbosa respondeu que essa pergunta precisa ser feita ao delegado Giniton. Ele argumentou que não tinha conhecimento da investigação do caso porque, como chefe da Polícia Civil, era responsável por 170 delegacias.
“Nunca influenciei a investigação. Gostaria de apresentar quem matou Marielle e Anderson, como apresentei”, disse a testemunha.
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