Crescem as apostas no mercado financeiro de que o ex-presidente Donald Trump retornará à Casa Branca, após a tentativa de assassinato do republicano, ocorrida no sábado. O novo cenário abalou as bolsas norte-americana e brasileira e teve forte impacto no dólar, que se fortaleceu globalmente, além de aumento na inclinação da curva de juros futura. O índice Dow Jones, por exemplo, subiu 0,53%, para 40.211 pontos, um novo recorde histórico. As ações da Trump Media & Technology (DJT), negociadas em Nova York, subiram mais de 30% e fecharam em alta de 31,37%, a US$ 40,58. A Nasdaq, bolsa das empresas de tecnologia de Wall Street, fechou em alta de 0,40%.
O Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), subiu pela 11ª sessão consecutiva, acompanhando as bolsas de Nova York e encerrou o dia com alta de 0,33%, aos 129.321 pontos. O dólar valorizou 0,25%, cotado a R$ 5,444 para venda. Foi a primeira vez que um candidato presidencial dos EUA foi atacado desde 1981, quando o presidente Ronald Reagan foi baleado.
“O mercado dobrou com a vitória de Donald Trump. Nas últimas semanas, com a fraqueza demonstrada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em debate com o republicano, a opinião ficou dividida sobre se um novo nome poderia abalar o eleitoral corrida. O ataque aumentou a probabilidade de Trump contra qualquer candidato”, destacou Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos. “Os operadores entendem que o dólar deve valorizar com a política económica de Trump. A visão é que Biden gasta muito, e de forma descontrolada. Trump deve parar com isto”, acrescentou.
Paulo Henrique Duarte, economista da Valor Investimentos, avaliou que, inicialmente, haverá um aumento considerável nas perspectivas de vitória de Trump nas próximas eleições. “Podemos até dar como exemplo a corrida presidencial que levou o ex-presidente Jair Bolsonaro à presidência em 2018 (após o ataque). Este aumento nas perspectivas para Trump tem sim impacto na economia”, destacou. Duarte lembrou que, no primeiro mandato de Trump, as bolsas tiveram um bom desempenho, apesar da leniência na inflação. “Acho que, no curto prazo, o que devemos ver é uma subida das taxas de juro americanas futuras, bem como da expectativa de inflação, o que, de certa forma, fortalece o dólar”, acrescentou.
Risco aumentado
Para André Colares, CEO da Smart House Investments, esse cenário tende a gerar maior aversão ao risco entre os investidores, o que poderia fortalecer o dólar e pressionar os mercados emergentes, incluindo o Brasil. “Para o IBovespa, o crescente favoritismo de Trump poderá trazer volatilidade adicional, já que os investidores estrangeiros poderão optar por ativos considerados mais seguros nos Estados Unidos”, alertou. Segundo ele, esse movimento pode resultar na saída de capitais estrangeiros do Brasil. “Além disso, a perspectiva de uma política fiscal mais agressiva de Trump, com redução de impostos, poderá aumentar a incerteza sobre a economia americana, influenciando as taxas de juros e, consequentemente, o fluxo de investimentos”, destacou.
No contexto brasileiro, a valorização do dólar poderá exercer pressão inflacionária adicional, reduzindo ainda mais as chances de o Banco Central reduzir a taxa básica da economia (Selic), atualmente em 10,50% ao ano, este ano. “Um ambiente de maior aversão ao risco e fuga de capitais tende a aumentar o custo de financiamento da dívida pública e impactar negativamente a confiança dos investidores na economia brasileira. Portanto, é crucial monitorar os desenvolvimentos políticos nos EUA e suas implicações para a política monetária do mercado global e mercado financeiro brasileiro”, acrescentou Colares.
No curto prazo, o impacto no dólar poderá ser significativo, com possível valorização frente ao real devido ao aumento da demanda por ativos seguros em meio à incerteza, conforme analisa Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações. “No Brasil, o IBovespa pode experimentar movimentos elevados, refletindo a incerteza global. No entanto, uma vez que a poeira baixe, a percepção de uma continuação de políticas favoráveis ao mercado pode estabilizar o índice. Além disso, a expectativa de uma política monetária mais rigorosa nos EUA poderia influenciar a taxa de juros brasileira, como medida preventiva para controlar a inflação e evitar a desvalorização do real”, ponderou.
Na visão de Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, as consequências em relação ao ataque de Trump não deveriam ser tão repentinas, o republicano já era o favorito para vencer as eleições nos EUA. Para ele, o discurso de Trump determinará o comportamento do mercado daqui para frente. “Se Trump tiver um discurso muito anti-imigração, como na primeira vez que foi presidente, isso vai pressionar um pouco a inflação nos EUA, porque o país tem um nível baixo de desempregados e, assim, deixar a curva de juros mais inclinada . alto por mais tempo”, disse ele. “No entanto, se Trump suavizar seu discurso contra a imigração, e a força de trabalho disponível aumentar, porque grande parte dela é composta por estrangeiros, isso não deverá assustar as taxas aqui no Brasil”, acrescentou Eyng.
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