Os SUVs surgiram na esteira de quem queria uma imagem aventureira, mas com conforto e sem pagar por equipamentos e recursos que jamais utilizaria. Como resultado, os modelos de jipe “raiz” tornaram-se um nicho de mercado. O que explica a boa valorização do Suzuki Jimny.
O pequeno utilitário é atualmente o único modelo vendido pela marca japonesa, mas aqui vamos falar da terceira geração do Suzuki Jimny, anterior à atual – esta conhecida pelo sobrenome Sierra. Um bom carrinho para uso off-road e que agrega uma imagem muito mais aventureira. Confira 10 curiosidades sobre o Suzuki Jimny.
1 – Como foi a trajetória do Jimny?
O Suzuki Jimny nasceu em 1965, fabricado pela Hope Motor Company em meio ao milagre econômico do pós-guerra no Japão. Conhecido como ON360, o pequeno jipe 4×4 usava motor Mitsubishi de dois cilindros com apenas 21 cv.
Somente em 1970 a Suzuki assumiu o controle do filho e o rebatizou de Jimny 360. Tornou-se o primeiro modelo 4×4 da marca japonesa e também o primeiro com esse tipo de tração a ser produzido em massa no Japão.
O Suzuki Jimny só apareceu no Brasil em sua terceira geração, em 1998. Importado do Japão, utilizou o motor 1.3 80 cv com câmbio manual durante todo o período à venda por aqui. O que mudou foi o sistema de engate da tração, antes por alavanca e, a partir de 2008, por acionamento eletrônico.
Em 2012, o Suzuki Jimny ganhou novas versões de acabamento e, três anos depois, recebeu para-choques modulares. Na linha 2018, o Jeep estreou central multimídia com espelhamento de celular, novo volante e painel de instrumentos com tela digital.
A partir de 2019, passou a conviver com a quarta geração do Jeep, que ganhou o sobrenome Sierra. Algumas séries depois e o utilitário veterano deixou de ser fabricado e vendido no final de 2021. No total, esta geração do Suzuki Jimny vendeu quase 20 mil unidades no Brasil
2 – Desapareceu e voltou
A montadora japonesa começou este século com alguns problemas no Brasil. Após iniciar as atividades em 1991, a Suzuki do Brasil Automóveis encerrou a venda de veículos novos no país em 2003. A alta do dólar e a parceria com a General Motors na Argentina teriam contribuído para o fim das operações.
A marca, porém, voltou ao país em 2008, por meio do Grupo Souza Ramos, hoje HPE Automotores – também representante e fabricante licenciado da Mitsubishi. Com isso, o Suzuki Jimny voltou a ser vendido nessas peças, inclusive com direito a linha de montagem nacional.
3 – Tornou-se brasileiro
Pois bem, em 2012, o Suzuki Jimny começou a ser fabricado na fábrica do Grupo Souza Ramos, em Itumbiara, Goiás. Este ano, foi apresentado no país em quatro versões com nomes sugestivos: 4All, 4Sun, 4Work e 4Sport.
Depois, em 2015, a linha de montagem foi transferida para a fábrica de Catalão, também em Goiás, onde a HPE produzia modelos Mitsubishi, como o crossover ASX e a linha de picapes médias L200. A produção terminou em dezembro de 2021.
4 – Qual é o desempenho do Jimny?
O carro foi projetado para ser robusto e corajoso em trilhas, trechos off-road e percursos pouco convidativos. Para isso, utiliza baixo peso, distância entre eixos curta e mecânica robusta representada pelo motor 1.3 16V de quatro cilindros.
Os 85 cv são suficientes para a pequena Suzuki. Claro que você não vai começar como se não houvesse amanhã, porque a proposta não é essa. Tanto que de 0 a 100 km/h leva facilmente mais de 15 segundos.
As primeiras relações da transmissão manual de cinco marchas são mais curtas e o carro se desenvolve gradativamente. Nas ultrapassagens é preciso reduzir para tirar o melhor dos 11,2kgfm de torque máximo, que só atinge seu pico acima das 4.000rpm.
Com tração integral permanente e design quadradão que pouco favorece a aerodinâmica, o Suzuki Jimny também está longe de ser referência em consumo. Na cidade, as médias são de 9,5km/l, e de 10,7km/l, na rodovia.
5 – Conforto não é seu ponto forte
É um veículo utilitário 4×4 compacto voltado para uso off-road. Se você quer um Jeep com conforto sedã, esqueça o Suzuki Jimny. O modelo da marca japonesa é um off-roader básico, com suspensão de eixo rígido e cabine com acabamento bastante funcional e simples.
No asfalto ele se comporta como um tratorzinho: quica muito nos buracos e imperfeições da estrada, mas você acostuma. Além disso, compensa com muita versatilidade off-road.
A posição de dirigir é elevada e o pequeno volante tem boa aderência. Há espaço razoável para pernas e joelhos, mas não esqueça que há duas portas. O acesso ao banco traseiro é complicado e só há espaço para dois adultos de estatura média.
O porta-malas é quase folclórico, apenas 113 litros. Há um rack de teto, mas não abuse dele. A capacidade de carga do Suzuki Jimny é de apenas 330kg.
6 – As capacidades do jipe
Falta de espaço, muita coragem. Como mencionado, o jipe possui uma mecânica que lhe permite lidar com qualquer coisa. A suspensão rígida do eixo dianteiro e traseiro com molas helicoidais garante destreza em trechos lamacentos ou pedregosos.
O Suzuki Jimny também utiliza tração 4×4 reduzida com até 15 combinações de marchas. Em geral, o 2WD é para tração traseira e uso urbano, o 4WD distribui a tração pelas quatro rodas e o 4WD-L opera a marcha reduzida.
Ele também tem as boas capacidades do carrinho. São 20cm de distância ao solo, 35 graus de ângulo de entrada, 31 graus de ângulo central e 45 graus de ângulo de saída, além de 42 graus de inclinação lateral máxima.
7 – Boa safra do Suzuki Jimny
Recomendamos o Suzuki Jimny 4All 2018. Possui preços médios entre R$ 70 mil e R$ 80 mil em sites de classificados como Webmotors, Mobiauto, KBB Brasil e OLX. Esta é a versão de entrada do utilitário, sem acessórios e bugigangas mais turísticas.
A lista de equipamentos está correta. Em termos de segurança, apenas os airbags duplos e os freios ABS são exigidos por lei. Isofix, limpador e desembaçador do vidro traseiro, ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico e encosto traseiro rebatível completam o pacote.
Nesta safra, o Suzuki Jimny já vem equipado com central multimídia com tela de sete polegadas. Possui CD Player, entrada USB, conexão Bluetooth e permite espelhamento de smartphone.
8 – Série especial legal
Em 2018, a Suzuki também apresentou a série Desert baseada no Jimny 4Sport (o “mais tracky”). Entre os diferenciais visuais, bagageiro tipo cesta no teto, faróis com lentes escurecidas, grade dianteira e capas dos retrovisores na cor grafite, adesivos de mapa-múndi nas laterais e a exclusiva cor bege Jizan – que remete às areias do deserto.
Mas a edição limitada vem com itens funcionais, como estribo tubular, snorkel e pneus Pirelli Scorpion 215/75R15 MTR. Entre as mudanças mecânicas, amortecedor de direção, suspensão elevada em 6,8cm, além de protetores nos quatro braços da suspensão e amortecedores traseiros.
A versão Desert tem o adesivo do mapa-múndi na lateral e a cesta no teto
Foto: Suzuki/Divulgação
Por dentro, o Suzuki Jimny Desert possui bancos com revestimento especial, piso de borracha, bolsos frontais e laterais, logo e placa com o nome da edição especial e revestimentos com texturas que imitam marcas de pneus. O bege aparece nas costuras expostas dos bancos, nas molduras das saídas de ar e no acabamento central do painel.
9 – Custos de manutenção
Como todos os veículos utilitários orientados para 4×4, o Suzuki Jimny obviamente tende a ter alguns componentes mais caros. Consulte os preços de algumas peças.
- Conjunto de quatro pastilhas de freio dianteiro: de R$ 70 a R$ 150
- Kit com quatro velas: de R$ 140 a R$ 270
- Kit troca de óleo (4 litros 5W30 + filtro): de R$ 260 a R$ 390
- Bomba de combustível: de R$ 270 a R$ 480
- Conjunto de amortecedores traseiros: de R$ 770 a R$ 900 (par)
- Farol dianteiro: de R$ 500 a R$ 800
- Para-choque traseiro: de R$ 900 a R$ 1.600
10 – Principais problemas do Jimny
A reclamação mais comum dos proprietários desta geração do Suzuki Jimny diz respeito ao sistema de direção. Vibrações excessivas no volante são recorrentes e muitas vezes é necessário trocar as buchas da barra estabilizadora e instalar calços, conta que pode chegar a R$ 10 mil em uma concessionária.
Fique atento também à corrente no sistema de engate do 4×4, defeitos no sensor de rotação do virabrequim e desgastes nas buchas do braço da suspensão. E veja se o dono anterior não era daquelas pessoas que usava tração integral em asfalto liso, o que destrói o diferencial.
O Suzuki Jimny teve um recall para substituir o parafuso do tirante da suspensão nos modelos produzidos de 2012 a 2014.
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