Marca chinesa está ‘dando um tempo’ do mercado brasileiro

A Seres, marca de automóveis chinesa, anunciou uma reestruturação de sua estratégia comercial no Brasil. A ideia inicial de realizar vendas diretas será substituída pela criação de uma rede de concessionários. Segundo a empresa, já são 15 grupos interessados ​​na parceria.

No início da atuação da Seres no Brasil, a ideia era vender os modelos apenas pela internet. Contudo, logo perceberam que isso não seria suficiente. Tanto que, em outubro do ano passado, a empresa decidiu abrir uma loja em São Paulo. Em fevereiro, foi inaugurada mais uma loja no Rio de Janeiro.

No entanto, esse esforço não teve efeito. Dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) indicam que em 2024 foram registradas apenas 8 unidades dos modelos Seres: cinco do Seres 3 e três do Seres 5. A marca chinesa se defende, alegando que a chegada de novas unidades ao Brasil foi adiado devido ao sucesso comercial dos modelos na China, o que reduziu bastante a disponibilidade de unidades para outros mercados.

Seres anuncia novo modelo e possível fabricação no Brasil

Para não desacreditar sua permanência no mercado brasileiro, a Seres anuncia a chegada do híbrido plug-in E5 ao Brasil após a fase de reestruturação. A empresa garante que as primeiras unidades do SUV já chegaram por aqui (sem especificar a quantidade) e que um novo lote com mais 24 unidades deverá chegar até agosto.

Ainda segundo Seres, outro fator que atrasou a chegada de novos modelos é a falta de agenda nos laboratórios brasileiros credenciados para aprovação. “Uma das possibilidades para agilizar esse processo é realizar os exames laboratoriais necessários na China, com a presença de técnicos brasileiros”, explica José Augusto Brandimarti, chefe de operações da Seres no Brasil.

Antes desta fase de reestruturação, que deverá durar cerca de 90 dias, a marca chinesa ainda deixa no ar a possibilidade de instalar uma fábrica no Brasil, já que os carros eletrificados voltam a pagar impostos de importação.

Sobre os rumores de que as atividades da Seres no Brasil seriam paralisadas, a marca afirma que durante o período de transição as operações continuam por meio de test drives e até recebimento de pedidos de clientes. Mas, mesmo com tantas promessas, seria um bom negócio?