O mercado de carros elétricos no Brasil passou por mudanças significativas no que diz respeito à tributação dos veículos importados. Desde o início de 2024, o sector assistiu a uma série de ajustamentos fiscais, começando com a introdução de uma tarifa de importação de 10% em Janeiro, que rapidamente subiu para 18% em Julho. Agora, o Associação Nacional dos Veículos Automotores (Anfavea) propõe um novo reajuste, buscando aumentar a alíquota para 35%. A expectativa é que o governo avalie o pedido nos próximos dias.
Esta proposta marca a terceira tentativa de aumento de impostos este ano e vem acompanhada de um pedido de reintrodução de tarifas sobre veículos montados no Brasil, mas provenientes de peças importadas. Tais medidas têm gerado intenso debate entre fabricantes, importadores e órgãos reguladores, especialmente num cenário em que estão em análise incentivos fiscais anteriores.
Como as tarifas influenciaram o setor?
Em 2022, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduziu as alíquotas de importação de automóveis no regime CKD (Completely Knocked Down) e SKD (Semi Knocked Down) para 18% e 16%, respectivamente, como parte de uma estratégia que visava estimular industrialização local até 2028. CKD refere-se a veículos totalmente montados localmente, enquanto SKD envolve montagem parcial no destino.
Porém, a Anfavea, representada por seu presidente Márcio de Lima Leite, argumenta que essa redução compromete a competitividade da indústria nacional e, durante o Congresso AutoData Perspectivas 2025, solicitou a restauração dos impostos para o patamar de 35% para as importações eletrificadas e para o CKD e SKD.
O Sindipeças também é favorável
Presidente do Sindipeças, Cláudio Sahad também apoiou o coro e cobrou urgência no aumento da alíquota. “Estados Unidos, Canadá e Índia têm 100% de imposto, a China tem 25% e o Brasil ainda está em 18%. Se houver antecipação de importação temos que antecipar a alíquota cheia, até para discutir depois se esses 35% são suficientes “, disse ele.
Empresas como BYD e GWM, que contribuíram para a popularização dos carros eléctricos através de preços mais acessíveis, seriam significativamente impactadas. A BYD planeia nacionalizar 70% da sua produção nos próximos cinco anos, e a GWM tem um plano agressivo de 60% até ao final de 2026, o que poderá mitigar parcialmente este impacto.
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