As chuvas ainda ameaçam o Rio Grande do Sul, enquanto em áreas onde a água escorreu, além do drama humano, os danos materiais começam a ser contabilizados. Uma parcela significativa desses danos envolve carros atingidos pelas enchentes.
A Bright Consulting, consultoria especializada no setor automotivo, estima que 200 mil carros foram perdidos nas enchentes de maio que devastaram o Rio Grande do Sul. Segundo dados do Sindipeças, a frota daquele estado é de 2,8 milhões de veículos. Segundo Cassio Pagliarini, analista da Bright, é razoável considerar que 5% a 10% desses veículos estão inutilizáveis.
Fábricas de veículos no Rio Grande do Sul foram afetadas
Na sua análise, serão necessários pelo menos 20 meses de vendas para repor a frota perdida. Isso num cenário em que 3 mil veículos novos armazenados nas concessionárias ficarão completamente inutilizáveis devido à enchente que atingiu o Rio Grande do Sul.
Quanto à fábrica da Chevrolet em Gravataí – que não foi danificada pela enchente, mas teve a logística de recebimento de materiais e envio de produtos comprometida –, a Bright estima uma perda de 50% da produção mensal, algo em torno de 15 mil veículos.
O Rio Grande do Sul possui diversos fornecedores de freios e implementos rodoviários para caminhões e ônibus. Os impactos das enchentes também podem causar perda de 50% da produção nacional nesses setores, cerca de 6 mil caminhões e ônibus de todas as marcas.
Distribuição também foi afetada pelas enchentes
Outro ponto preocupante é que a venda de veículos foi drasticamente afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A redução é explicada tanto pela impossibilidade de funcionamento de concessionárias alagadas quanto pela perda de poder aquisitivo da população atingida.
O estado do Sul é responsável pela distribuição de 5% das vendas nacionais, ou 10 mil veículos por mês em números redondos. “Os números de cadastro caíram a zero a partir do dia 7 de maio, provavelmente por danos no processamento de dados do estado, afinal nem todas as cidades sofreram enchentes”, disse o analista da Bright.
Considerando as cidades gaúchas que foram alagadas, a estimativa da Bright é que aproximadamente 60% das vendas deixarão de acontecer nos próximos 30 dias e 30% nos dois meses seguintes, o que corresponde a 12 mil veículos que deixarão de ser comercializados
Apenas 30% dos carros afetados pela enchente têm seguro
Para piorar a situação, a minoria dos carros atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul possui seguro. Na estimativa da Bright, 30% destes veículos, cerca de 60 mil unidades, possuem seguro “para mitigar prejuízos e ajudar na recuperação, caso seus proprietários não tenham que utilizar esses mesmos recursos para cobrir despesas mais urgentes, como a reconstrução de suas casas”. e cidades. As companhias de seguros estão preparadas para fornecer esta compensação?” perguntou Pagliarini.
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