Nesta terça-feira, a Neta anunciou que montará veículos no Brasil utilizando o sistema CKD (sigla para completamente derrubado), em que todas as peças são importadas. Na época, o diretor de marketing e produtos da empresa no Brasil, Henrique Sampaio, declarou que há preferência por uma unidade industrial já consolidada, pois construir os imóveis do zero exigiria mais tempo. Isso indica que os carros chineses da marca poderão ser produzidos em uma fábrica em Indaiatuba (SP) que atualmente está nas mãos da Toyota.
Durante o anúncio, os executivos da Neta não confirmaram nenhuma informação sobre a futura fábrica. A empresa afirma que a implementação ainda está em fase de estudos, embora o executivo admita que há preferência pela Região Sudeste. Porém, o caso é que a única fábrica de automóveis que estará disponível para negociação no país é justamente a da Toyota em Indaiatuba (SP), cuja localização se enquadra perfeitamente nos planos chineses.
Por que a Toyota vai desativar a fábrica de São Paulo?
Neste ponto, vale lembrar que a Toyota confirmou o encerramento das atividades da fábrica de Indaiatuba (SP), que fornece o sedã Corolla, em março passado, quando anunciou investimentos de R$ 11 bilhões para o país. Esse valor será investido em outra unidade industrial, localizada em Sorocaba (SP), que será ampliada e tornará a capacidade de produção da empresa ainda maior que a atual.
Na semana passada, a multinacional chegou a um acordo com os trabalhadores da fábrica para ser desativada. Com a ampliação, a linha de produção do sedã Corolla será transferida para Sorocaba (SP). Lá já são fabricados o SUV Corolla Cross e a linha Yaris. Ainda neste ano, a unidade também será responsável pelo fornecimento de um novo SUV compacto: o Yaris Cross.
Outro ponto que contribui para viabilizar essa transação diz respeito aos prazos. A Toyota pretende desativar totalmente a fábrica de Indaiatuba (SP) até 2025. Nesse período, serão realizadas obras de ampliação do complexo de Sorocaba. Por sua vez, os chineses da Neta afirmaram que pretendem iniciar operações industriais no país entre o final de 2025 e o início de 2026.
Quais carros chineses a Neta produzirá no Brasil?
A Neta nem confirmou com quais produtos iniciará as operações no país: apenas confirmou que importará inicialmente três carros, todos chineses, cujos lançamentos ocorrerão simultaneamente. Um deles deverá ser o GT cupê, que já foi mostrado à imprensa brasileira. Porém, parece difícil sua nacionalização, pois tem uma proposta mais sofisticada e, portanto, deverá atingir volumes de vendas menores.
Uma boa aposta para um veículo a ser nacionalizado pela Neta é o Aya, um compacto com proposta mais acessível. Este modelo tem proposta semelhante ao BYD Dolphin, que pode ser um concorrente direto. Na China, existem dois tipos de motores, ambos 100% elétricos: o de entrada tem 54 cv de potência, 11,2 kgfm de torque e 318 km de autonomia no ciclo CLTC local. O topo de linha entrega 95 cv, 15,3 kgfm e 401 km de autonomia.
O presidente adjunto e vice-presidente executivo do departamento exterior da Neta, Wilson Sun, afirma que os planos para o Brasil são sustentáveis e de longo prazo. Justamente por isso o planejamento da empresa visa uma fábrica local, que poderá ser a da Toyota em Indaiatuba (SP). Vale a pena acompanhar o desenvolvimento desta história até que seja confirmado o local de produção dos carros chineses da marca.
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