O novo plano económico da Argentina apresentado em 2023 por Luis Caputo, Ministro das Finanças do Presidente Javier Milei, trouxe um fardo incomensurável para a indústria automóvel do país.
Inicialmente, a previsão das montadoras era de que o plano seria devastador para a indústria automotiva, com risco de fechamento de fábricas na Argentina, e elas não se enganaram.
Uma gigantesca carga tributária com impostos sobre a produção e exportação de veículos que atingiram níveis históricos foi imposta à indústria. A Associação dos Fabricantes de Automóveis (Adefa) tem agido desesperadamente e, muitas vezes, de forma desajeitada, na tentativa de mitigar os impactos negativos das políticas económicas do novo governo.
A Adefa acabou paralisando as vendas de automóveis em janeiro deste ano na tentativa de proteger o setor. Isto deveu-se a uma má interpretação de um sinal do governo sobre possíveis alterações nos impostos internos.
Temendo que os fabricantes asiáticos se beneficiassem das lacunas legislativas criadas pelo novo regime tributário, a Associação redigiu um documento pedindo ao Congresso e ao Executivo que tomassem medidas para impedir a instalação de novas fábricas de automóveis na Argentina.
Carga tributária recorde na indústria automotiva
Segundo documentos acessados pela Motor 1 Argentina, em média, o preço final de um veículo comercial produzido no país, como uma caminhonete ou uma van, recebe uma carga tributária de 47,59%.
Para os automóveis de passageiros, esta taxa sobe para 58,09% devido ao impacto do IVA e de outros impostos internos. A elevada carga tributária reduz significativamente a competitividade das fábricas argentinas no mercado internacional.
Como resultado, a perda de competitividade é evidente nas exportações. As fábricas argentinas não competem apenas com outras marcas, mas também com outras fábricas da mesma empresa localizadas em países diferentes.
Por exemplo, se o Chile ou o México podem importar uma camioneta mais barata da Tailândia, não há razão para pagar mais por um veículo produzido na Argentina.
Embora tenha piorado agora, o início da crise começou antes do governo Milei. Ao final da gestão de Alberto Fernández e Sergio Massa, a carga tributária sobre os automóveis destinados à exportação já era de 12,5%. A situação agravou-se durante a crise política e económica que se seguiu às eleições.
Os documentos mostram ainda que, em Março de 2023, a perda de competitividade atingiu 18,5%, subindo para 20,5% em Julho de 2023, e 23,5% em Dezembro de 2023, com o anúncio do Plano Caputo. Em janeiro de 2024, após o aumento das retenções nas exportações, a carga tributária atingiu o pico histórico de 24,7%.
Em suma, o valor representa quase o dobro da margem de lucro que uma montadora obtém ao vender um veículo importado no mercado argentino. A consequência é que as empresas estrangeiras, ao avaliarem as suas margens de lucro, provavelmente procurarão fornecedores mais competitivos, abandonando o território argentino.
A perda de competitividade também leva montadoras estrangeiras a buscar fornecedores em outros países
Foto: Hyundai/Divulgação
As fábricas na Argentina aguentam, mas até quando?
Então porque é que as fábricas ainda não fecharam no país vizinho? Os fabricantes ainda deram um voto de confiança e optaram por esperar e observar os desenvolvimentos do novo governo antes de tomar decisões drásticas.
Mas, como tudo tem limite, a paciência das montadoras também tem. Com a instabilidade do ambiente econômico argentino e a rejeição sistemática pelo Congresso dos projetos de lei apresentados por Milei, não há justificativas para a continuidade das operações no país. Como resultado, a sobrevivência da indústria automóvel argentina está altamente em risco.
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