Paulistana – Dizem que a vida começa depois dos 60, quando o ritmo diminui e as responsabilidades ficam menos pesadas. Mas é claro que esta não é uma regra geral. Para o emblemático Ford Mustang a história é exactamente o oposto, pois o pony car atingiu o estatuto de “anos sessenta” e está cada vez mais rápido, mais moderno e mais tecnológico. É praticamente o Benjamin Button da indústria automotiva global. E não por acaso, esse repórter, também nascido em 1964, foi escolhido para conhecer a sétima geração do Ford Mustang que acaba de chegar ao Brasil.
Para quem ainda não viu o brilhante filme “O Curioso Caso de Benjamin Button”, é a história de um homem que nasce velho e rejuvenesce com o passar do tempo. E a história do Ford Mustang não é semelhante? O modelo foi lançado em 1964 com o objetivo de ser um esportivo compacto e de menor preço, para conquistar os consumidores mais jovens. E a fórmula funcionou muito bem.
Desde a primeira geração, o Ford Mustang sempre impressionou pelas belas linhas de sua carroceria cupê, com o capô alongado, faróis redondos e o cavalo galopante centralizado na grade dianteira. Ele era um personagem dos sonhos de crianças, jovens e adultos que queriam acelerar o pony car, seja com o motor de seis cilindros da versão de entrada ou com o V8 do top de linha.
Sétima geração do Ford Mustang no Brasil
Agora, a sétima geração do Ford Mustang chega ao Brasil na versão GT Performance, com preço sugerido de R$ 529 mil. Um carro cada vez mais exclusivo, que deixou para trás a ideia de carros esportivos compactos e com preço acessível. E o primeiro lote de 500 unidades já foi totalmente vendido, mas a Ford promete que outras unidades já estão sendo fornecidas.
Produzido na fábrica de Flat Rock, em Detroit (EUA), o Ford Mustang GT Performance chega ao Brasil apenas na carroceria cupê de duas portas. O conversível, por enquanto, não está nos planos da montadora para o mercado brasileiro. E tem sob o capô o potente motor Coyote, o V8 que entrega descaradamente 488 cv de potência a 7.250 rpm e 58 kgfm de torque a 5.000 rpm.
Muita força e vontade de acelerar, fazendo o tio de 60 anos voltar à juventude e relembrar alguns dos muitos filmes em que o Ford Mustang foi quase o personagem principal. Na sétima geração, o Coyote V8 está associado a uma transmissão automática de 10 velocidades, com possibilidade de trocas manuais sequenciais nas patilhas atrás do volante. Além do detalhe da tração traseira, que faz o Mustang rasgar o asfalto sem piedade.
A engenharia da Ford revelou que o Mustang foi tropicalizado para chegar ao Brasil. Suspensões e direção foram recalibradas. O motor também recebeu uma nova calibração para funcionar com a gasolina brasileira, que contém um percentual considerável de etanol. Mas esse mix foi positivo, já que o Ford Mustang GT Performance chega por aqui com 7 cv a mais de potência em relação ao modelo vendido em outros mercados.
Acelerando o carro pônei
E foi ótimo acelerar o Ford Mustang GT Performance pelas estradas de São Paulo. Antes, é claro, sentimos como é difícil dirigir um esportivo nervoso no trânsito insuportavelmente congestionado da capital paulista. Controlar a ansiedade e a vontade de acelerar é uma tarefa quase impossível, pois o carro pede constantemente para pisar no pedal direito e aumentar o volume do ronco do V8, o que é, sim, música para os ouvidos de muitos. Basta olhar para os rostos das pessoas ao redor do carro. Olhos arregalados e palavrões na ponta da língua para definir a passagem do Ford Mustang.
Nas estradas, livres de trânsito intenso, o Ford Mustang GT encontra o seu habitat. Basta pisar no acelerador e ele responde de forma insana, mudando de marcha muito rapidamente. O condutor tem à disposição três modos de condução, sendo normal para a condução diária, desportivo com maior esforço ao volante e conforto com menor esforço.
Também é possível ajustar quatro modos de suspensão e ruído do motor, tornando o Mustang mais irritado ou mais amigável para o trânsito urbano no dia a dia. Mas os modos mais divertidos são certamente os mais nervosos. O modo Sport garante rigidez da suspensão, mas de forma equilibrada, com foco na boa dirigibilidade.
Para quem gosta de uma direção verdadeiramente esportiva, a primeira opção é o modo Track, que proporciona rigidez otimizada para desempenho extremo. E há também o Pista Drag, para medir o melhor desempenho em sprints em linha reta. Claro, esses dois modos de condução são recomendados para pistas fechadas, como pistas de corrida.
Na prática, o motorista seleciona os modos e se diverte com as mudanças nos parâmetros do carro, que faz curvas coladas ao chão, sem qualquer inclinação da carroceria. As rodas de 19 polegadas, calçadas com pneus 255/40 na dianteira e 275/40 na traseira, garantem total aderência, tornando a condução do Ford Mustang GT Performance ainda mais divertida.
E assim como acelera, o Ford Mustang GT Performance também freia bastante. Isso ficou ainda mais claro nas retas e curvas do autódromo de Velocitta, para onde seguimos em seguida com o objetivo de levar o cupê esportivo a velocidades mais altas. A pista foi bloqueada com cones para evitar problemas com os ‘pilotos’ mais ousados, e com isso foi possível constatar a eficiência dos freios de alto desempenho Brembo, associados ao diferencial traseiro com deslizamento limitado. O carro fica preso ao chão o tempo todo, obedecendo aos comandos do motorista sem sair da frente ou de trás. No modo Track os parâmetros mudam e você precisa ter um braço para não escapar.
Painel de instrumentos e central multimídia formam um único conjunto com diferentes configurações
Foto: Ford/Divulgação
Segurança no Ford Mustang
Mas para quem se preocupa com a segurança, o Ford Mustang GT Performance não decepciona. O modelo vem de fábrica com sete airbags, controle de cruzeiro adaptativo (ACC), aviso de colisão com detecção de pedestres, frenagem autônoma de emergência, assistente de manutenção e centralização de faixa, assistente de manobra evasiva, farol alto automático, sistema de monitoramento de ponto cego, alerta de tráfego cruzado, sinalização de velocidade reconhecimento, câmera traseira e sensores de estacionamento traseiros.
O interior do novo Ford Mustang impressiona pela qualidade dos materiais de acabamento, que incluem couro nos bancos e plástico emborrachado no painel. O painel de instrumentos é totalmente digital e configurável, com tela de 12,4 polegadas, que forma uma combinação única com o sistema multimídia Sync 4, com tela sensível ao toque de 13,2 polegadas. A novidade é que a conectividade com Android Auto e Apple CarPlay agora é sem fio.
O Ford Mustang GT Performance conta ainda com sistema de som B&O de 900W, com 12 alto-falantes, GPS integrado, ar condicionado com controle na tela e Remote REV, que permite ligar o motor do carro remotamente e acelerar com a chave.
Bancos anatômicos e esportivos com estofamento em couro e controles elétricos
Foto: Ford/Divulgação
É um esportivo icônico, completo e que recebeu toques visuais que trazem modernidade às suas linhas aerodinâmicas. Os faróis de LED e a grande entrada de ar na dianteira formam um conjunto equilibrado com a imponente traseira, marcada pelo spoiler e saídas duplas de escapamento.
O Ford Mustang GT Performance está praticamente sozinho no segmento de muscle cars, já que o Chevrolet Camaro saiu de cena. Seus concorrentes diretos, para a Ford, são o BMW M2 (460 cv e R$ 620.950), Porsche Cayman (300 cv e R$ 535 mil) e Porsche Boxter (300 cv e R$ 555 mil). É uma grande briga, mas para os amantes dos muscle cars, o Ford Mustang é um ícone praticamente imbatível.
Jornalista viajou a convite da Ford Confira os vídeos do VRUM nos canais do VRUM YouTube Isso éMovimento diário
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