Em abril deste ano, o Corpo de Bombeiros de São Paulo divulgou parecer técnico com requisitos para instalação de postos de recarga para carros elétricos. O principal objetivo da proposta era aumentar a segurança contra incêndios em baterias, que são extremamente difíceis de conter.
Corpo de Bombeiros foi rigoroso com proposta
As diretrizes estabelecidas pelos bombeiros incluíam uma série de medidas rígidas para garantir a segurança dos carregadores de carros elétricos, o que torna a implantação da estrutura difícil e cara. Em áreas abertas, por exemplo, os espaços equipados com carregadores devem ficar a pelo menos 5 metros de distância dos demais espaços. Alternativamente, é possível instalar paredes corta-fogo com 1,60m de altura e 5m de comprimento, com resistência ao fogo de até 60 minutos.
Em caves, caves e edifícios-garagem, as medições são ainda mais exigentes. As estações de carregamento de carros elétricos precisam ser protegidas por sistemas automáticos de sprinklers e sistemas de detecção de incêndio em todo o piso. Outra opção é separar os espaços por paredes corta-fogo que vão até ao teto, com resistência ao fogo de 90 minutos. Além disso, nos porões será necessário um sistema de ventilação mecânica e controle de fumaça nas rotas de fuga.
Contraproposta para postos de carregamento de carros elétricos
O parecer técnico gerou movimento devido ao custo exorbitante de instalação de postos de recarga. Enquanto alguns setores elogiaram a iniciativa dos bombeiros em priorizar a segurança, outros manifestaram preocupação com os elevados custos e a complexidade das medidas. Foi nesse contexto que a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) entrou em cena, propondo alternativas que visam tornar a implementação mais acessível sem comprometer a segurança.
Em reunião realizada na última quarta-feira (26), representantes da ABVE e do Corpo de Bombeiros de São Paulo discutiram uma nova abordagem. A ABVE apresentou uma proposta detalhada de simulações de incêndio em baterias e carros elétricos, visando testar e refinar medidas de segurança de forma prática e mais acessível.
A proposta da ABVE inclui três módulos principais. O primeiro módulo consiste em familiarizar os profissionais dos Bombeiros com a nova tecnologia dos carros elétricos e suas especificidades, os componentes e equipamentos desmontados, destacando os principais elementos críticos, como sistemas de segurança e materiais de proteção. Voltado para a educação, o segundo módulo conta com palestras e visitas de bombeiros internacionais para compartilhar melhores práticas e experiências de países com alta adoção de veículos elétricos, como Estados Unidos, China e Noruega.
O terceiro módulo é mais prático, focado em testes controlados de estresse e incêndio de veículos e baterias. Estas serão realizadas em locais apropriados para garantir a segurança dos participantes e do meio ambiente. A ideia é simular cenários realistas para avaliar a eficácia das medidas de segurança propostas e, assim, capacitar profissionais do Corpo de Bombeiros para lidar com possíveis incêndios.
O presidente da ABVE, Ricardo Bastos, destacou a importância do diálogo aberto com os bombeiros. Ele destacou que o objetivo comum é desenvolver regras viáveis e eficazes que proporcionem tranquilidade aos usuários de carros elétricos, condôminos, administradoras de imóveis e ao mercado da construção. A ABVE se comprometeu a apresentar uma segunda proposta até agosto, incorporando resultados de testes e experiências internacionais.
A consulta pública sobre as medidas propostas pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo está aberta até o dia 5 de agosto, permitindo que a sociedade e os interessados enviem sugestões e comentários.
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