fábrica da Ferrari é duas vezes maior que o Coliseu

No ano passado, a Ferrari surpreendeu os entusiastas de automóveis ao anunciar uma enorme fábrica para sua entrada no mercado de carros elétricos. Comumente lembrada pelos seus motores de combustão, a gigante italiana investiu 200 milhões de euros no novo espaço, que fica localizado no norte da Itália e tem o dobro do tamanho do Coliseu de Roma, segundo reportagem do The New York Times.

A fábrica começou a operar no mês passado, produzindo veículos híbridos. O próximo passo é produzir veículos totalmente elétricos. E a produção de veículos eletrificados contará com a atuação de engenheiros, envergando uniformes vermelho-cereja, que estão espalhados pelas inúmeras estações da nova instalação.

Mas a decisão da marca veio num momento delicado. A nova era da indústria automóvel, que tenta ser amiga do clima com opções eletrificadas, foi frustrada pela desaceleração da procura global.

Fabricantes como Mercedes-Benz, Lamborghini e Ford Motor reduziram as suas ambições neste novo mercado. Assim como a Tesla, que reportou queda nas vendas de carros elétricos no segundo trimestre.

Outro factor desanimador é a guerra crescente entre as marcas chinesas e o Ocidente, que continua a prejudicar o crescimento dos veículos electrificados.

Qual o sentido da nova fábrica de carros elétricos da Ferrari?

Mesmo perante tantos indicadores negativos, a marca não quer ficar de fora desta nova era de eletrificação. E tenta atingir um público específico: os ricos que se preocupam com as questões ambientais.

Pouco se sabe ainda sobre o novo modelo, prometido para 2025. Não foram anunciados nome, duração da bateria ou como será o som do motor, marca registrada da Ferrari. Outro mistério é o design do carro e quantos serão produzidos.

Quanto ao valor, também não foi informado com precisão, mas a marca anunciou que o preço inicial será de pelo menos 500 mil euros, aproximadamente R$ 2,9 milhões, superando os US$ 286 mil do Porsche Taycan Turbo GT.

O desafio será o mesmo de sempre no segmento dos carros elétricos: convencer o público com motores de combustão das vantagens de ter um VE.

A dúvida é que, para analistas automotivos, comprar uma Ferrari seja um “investimento”. Não se sabe se os modelos elétricos conseguirão manter o aumento de preço que a marca propõe.

Mas o compromisso da marca é corresponder às expectativas. O CEO da Ferrari, Benedetto Vigna, disse ao The New York Times que até 2030 os carros elétricos e híbridos representarão até 80% da produção anual da Ferrari.

A gigante italiana acredita que, desta forma, conseguirá atingir um determinado público, que nunca aceitará fazer parte da família se a marca não oferecer opções de carros elétricos.

Quais são os desafios da nova fábrica de carros elétricos da Ferrari?

Os entusiastas continuam curiosos com a aparência e principalmente com o som do motor do veículo, já que os carros eletrificados tendem a ser silenciosos.

Vigna disse ao jornal nova-iorquino que “O motor elétrico não vai ficar silencioso” e afirmou que existem formas de preservar a emoção de conduzir uma Ferrari, mesmo na versão elétrica.

Outro desafio será a questão da bateria, mais especificamente a sua durabilidade. Os carros Ferrari tendem a ter preços ainda mais elevados quando entram no mercado de usados. Portanto, há preocupação com a degradação da bateria e como isso pode afetar o valor do carro a longo prazo para os compradores.

Todas essas perguntas poderão em breve ter respostas. Vigna diz que já pensa em estratégias de marketing para o carro elétrico. Segundo ele, o público-alvo do lançamento não se deixará convencer apenas pela proposta ecológica, e acrescentou que “a parte emocional do cérebro é o que impulsiona a compra”.

Estagiário sob supervisão do editor Enio Greco Confira os vídeos do VRUM nos canais do VRUM YouTube Isso éMovimento diário

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