Que o setor automóvel mergulhou de cabeça na eletrificação não é novidade para ninguém. Mas como os mercados são diferentes e cada um tem suas peculiaridades, a indústria busca se adaptar para oferecer o produto ideal para o consumidor. Enquanto alguns países investem fortemente em carros elétricos, outros direcionam os investimentos para os híbridos, acreditando que esta é uma solução mais próxima da realidade.
É o caso do Brasil, onde algumas montadoras apostam nos carros híbridos como a melhor solução para eletrificação. Principalmente híbridos flex ou etanol puro, que é considerado o combustível mais limpo, capaz de oferecer melhor resultado final em termos de descarbonização.
Porém, a tecnologia híbrida evoluiu muito nos últimos anos e, na busca pela eletrificação sustentável, as montadoras desenvolveram diferentes sistemas. Temos o híbrido, o híbrido plug-in, o híbrido moderado e o micro-híbrido. Mas você sabe diferenciar esses sistemas?
Para ajudar a esclarecer esta questão, os jornalistas Boris Feldman e Enio Greco conversam sobre a eletrificação dos carros e as diferentes opções de sistemas híbridos. E uma dúvida fica no ar: para o Brasil, é realmente mais adequado passar pelos carros híbridos antes de chegar aos carros puramente elétricos.
Boris Feldman explica que existe um híbrido moderado, que é o MHEV (Micro Hybrid Electrical Vehicle). É composto por um motor a combustão acoplado a outro pequeno elétrico, que possui três funções. Funciona como motor de partida, alternador (gerando corrente elétrica) e aumentando potência e torque ao pisar no acelerador, sem desperdiçar combustível.
Para Boris Feldman, o híbrido moderado é um excelente dispositivo para reduzir o consumo de combustível. O sistema não é capaz de tracionar as rodas apenas no modo elétrico, mas quando o motor a combustão precisa de auxílio ele entra em ação, fornecendo alguns cavalos extras. Lembrando que o carro precisa ter outra bateria específica para fazer funcionar esse motor elétrico.
Outra opção é o híbrido plug-in, que combina motores elétricos com motor de combustão térmica. Este sistema permite a condução em modo 100% elétrico, apenas combustão ou híbrido, variando conforme a necessidade. E é plug-in porque permite que a bateria que aciona o motor elétrico seja recarregada na tomada.
Com tantas opções, qual é o melhor para o consumidor brasileiro, um carro elétrico ou um híbrido? Para Boris Feldman, o carro híbrido é mais eficiente, por causa do “fantasma da falha a seco”, que pode acontecer com o veículo elétrico. Esta é uma situação em que a carga da bateria está acabando e o motorista não tem onde recarregá-la.
Num carro híbrido, esta situação só ocorre se o combustível e a carga da bateria acabarem ao mesmo tempo. Mas vamos combinar que é muito mais fácil encontrar um posto de gasolina nas estradas do Brasil do que um ponto de recarga de bateria. Este é um dos problemas que ainda dificultam a electrificação no país.
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