Carros com câmbio manual estão se tornando raros no mercado brasileiro. Um levantamento feito pela VRUM revelou que restam apenas 15 carros com esse tipo de transmissão à venda no país. Recentemente, houve outra baixa: a Hyundai deixou de oferecer o câmbio manual para o HB20 equipado com motor turbo. Agora, apenas as versões de entrada, com motor 1.0 aspirado, mantêm o pedal da embreagem.
A VRUM entrou em contato com a Hyundai perguntando sobre a participação da versão Comfort Plus TGDI MT6, única que combinava o motor turbo com transmissão manual, nas vendas totais do HB20. No entanto, a multinacional respondeu simplesmente que “não comenta este tipo de estratégia”. Por isso, a reportagem consultou, extraoficialmente, um revendedor da marca.
A fonte, que preferiu não ser identificada, informou que a procura pelo HB20 Comfort Plus TGDI MT6 foi muito baixa. “Praticamente nem colocamos pedidos para ele nas planilhas (de pedidos enviados para a Hyundai), disse o contato.
“Nessa faixa de preço de R$ 100 mil, o cliente prefere pagar cerca de R$ 5 mil a mais e adquirir o câmbio automático””
pela Concessionária Hyundai
Hyundai HB20 com motor turbo, agora apenas automático
Foto: Hyundai/Divulgação
Vale lembrar que, desde 2022, os carros equipados com câmbio manual são minoria no mercado brasileiro. Naquele ano, esse tipo de câmbio estava equipado com apenas 37,7% dos carros novos vendidos no país. Exatamente 10 anos antes, em 2012, o cenário era completamente diferente: esses modelos eram maioria absoluta e respondiam por nada menos que 79,8% das vendas do setor, segundo dados da consultoria Jato Dynamics.
Os carros com transmissão manual estão condenados à extinção?
Daí surgem as seguintes questões: os carros com transmissão manual continuarão em declínio até a extinção? A partir de agora, quem comprar um veículo com o tradicional pedal de embreagem poderá acabar com uma “dor” nas mãos?
Quem esclarece esse assunto é o analista de mercado Paulo Roberto Garbossa, da ADK. Para ele, os carros equipados com câmbio manual continuarão vivos no mercado, ainda que restritos a determinados segmentos. Como exemplo, o especialista cita o Honda Civic Type R e o Toyota GR Corolla: ambos têm proposta esportiva e atendem a um público entusiasmado.
“Para alguns modelos ainda há demanda pelo manual, sim. É o caso, por exemplo, dos carros esportivos.”
por Paulo Roberto Garbossa, consultor da ADK

Câmbio automático já domina vendas no mercado brasileiro
Foto: Hyundai/Divulgação
A consultora cita ainda os chamados carros de entrada, com preços entre R$ 70 mil e R$ 90 mil, que vêm sempre com câmbio manual. Ele considera que, neste segmento, um aumento de cerca de R$ 5 mil no preço do produto já poderia inviabilizar as vendas. O analista destaca ainda outras questões, como o maior peso e o aumento do consumo de combustível que a adoção de uma transmissão automática costuma causar.
Outro exemplo são os veículos comerciais. Nesta categoria, que inclui vans, furgões e picapes, a transmissão manual ainda é dominante. O caso das picapes, aliás, é bastante ilustrativo: quase todos os modelos desse segmento oferecem pelo menos uma versão com esse tipo de transmissão, enquanto as configurações topo de linha contam com câmbio automático.
Porém, entre os automóveis de passeio com preços acima do nível de entrada, a transmissão manual realmente parece ter pouco tempo de mercado. Uma rara exceção é o recém-lançado Renault Kardian, que chegou às lojas apenas com transmissão automatizada de dupla embreagem, mas deve ganhar uma versão manual ainda este ano.

Exceção à regra, Renault Kardian terá opção de câmbio manual nos próximos meses
Foto: Renault/Divulgação
A demanda dita a oferta da indústria
Garbossa lembra que, até a virada do século, o comportamento do consumidor brasileiro era completamente oposto. Até então, os carros com transmissão manual dominavam o mercado, enquanto os automáticos ficavam restritos a pequenos nichos. Para ele, a piora significativa do fluxo de trânsito nas grandes cidades foi um fator determinante nessa mudança de comportamento.
Assim, o público para carros com câmbio manual acabou, em geral, ficando mais restrito às cidades do interior. Porém, o especialista da ADK destaca que o volume de vendas do setor automobilístico está concentrado nos grandes centros urbanos, onde as transmissões automáticas proporcionam conforto no trânsito pára-arranca. Consequentemente, a indústria acaba simplesmente atendendo a essa demanda.
Por fim, o analista considera que as preferências dos consumidores variam muito dependendo do mercado. Ele aponta como exemplo o Peru, onde os carros com transmissão manual respondem por entre 60% e 70% dos registros. Atendendo à demanda, “até veículos de luxo são equipados com esse tipo de transmissão por lá. Em alguns países asiáticos acontece a mesma coisa”, diz Garbossa.
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