Carro com pneus run flat deixa atriz Paloma Bernardi na mão

Recentemente, um vídeo da atriz Paloma Bernardi viralizou no TikTok após esperar 1h30 por um guincho após seu carro elétrico, um Mini Cooper SE, ter um pneu furado. O que muitos usuários da plataforma questionaram foi por que a atriz simplesmente não trocou o pneu pelo estepe, evitando assim a longa espera.

Acontece que o carro de Paloma, o Mini Cooper SE, não tem estepe. Isso porque o carro elétrico é equipado com pneus run-flat, que, mesmo furados, permitem que o carro continue rodando a uma velocidade máxima de 80km/h por uma distância máxima de 80 quilômetros. O objetivo do pneu run flat é eliminar a necessidade de trocá-lo imediatamente, permitindo que o motorista continue até encontrar uma borracharia.

@palomabernardi

Demorou mas chegou! ????

? som original – Paloma Bernardi

Como funcionam os pneus run flat encontrados nos carros Mini?

A tecnologia run flat é frequentemente encontrada em modelos de carros de luxo, como Mini e BMW, tendo como diferencial os reforços estruturais nas laterais e aro de fixação, que mantêm o veículo estável mesmo após perda de pressão. Teoricamente, isto dá ao condutor uma autonomia de 80 quilómetros, a uma velocidade de até 80km/h, permitindo-lhe chegar a uma oficina.

Embora esta tecnologia faça sucesso na Europa, a realidade brasileira é diferente. Nas cidades europeias, com suas excelentes estradas, substituir pneus run flat é relativamente fácil, enquanto no Brasil a realidade é diferente. Nas estradas brasileiras, onde as distâncias entre os pontos de apoio são maiores e a qualidade das estradas muitas vezes é inferior, um alcance de 80 quilômetros pode não ser suficiente para encontrar ajuda.

Buracos geralmente estão presentes nas estradas brasileiras e, por isso, diversos relatos de motoristas destacam a dificuldade quando o pneu está rasgado. Mesmo acompanhados de seus familiares, muitos ficaram presos nas beiras das rodovias durante a noite ou de manhã cedo devido a um pneu furado rasgado, sem um estepe como alternativa. Um simples furo pode ser reparado, pois o pneu mantém a sua funcionalidade. Mas, se o pneu run flat sofrer um rasgo significativo, a situação muda drasticamente, tornando irrelevante a autonomia prometida de 80 quilômetros e impossibilitando o acesso a uma oficina de pneus.

Além disso, é possível adaptar as rodas do seu carro run flat aos pneus convencionais, mas o inverso não é viável, pois nem todos os modelos vêm com sensores de pressão. Sem esses sensores, o motorista pode não perceber que um pneu está furado, pois mantém a aparência de estar cheio, o que é perigoso.

Para motoristas urbanos, run flat pode parecer uma boa ideia, mas para quem trafega com frequência pelas estradas brasileiras, a tecnologia pode ser mais um incômodo do que um benefício.