No período de janeiro a junho de 2024, cinco mulheres foram assassinadas todos os dias no Brasil. Dados do Laboratório de Estudos sobre Feminicídios (LESFEM), da Universidade Estadual de Londrina (UEL), mostram que os feminicídios cometidos no primeiro semestre de 2024 representam uma média diária de 4,98. O número ficou acima da média do ano passado, com 4,7 casos diários em 2023. As tentativas de feminicídios têm média diária ainda maior em 2024 (6,05), com 1.102 casos registrados, em comparação aos casos de 2023 (2,7).
A coordenadora da pesquisa e socióloga da UEL, Silvana Mariano, explica que o crime de feminicídio muitas vezes é consequência de uma série de violências pelas quais a vítima passa. Apesar disso, a pesquisa mostrou que em 81,1% dos casos de feminicídio concluídos, a vítima não tinha denúncia prévia contra o agressor. Mariano atribui isso ao fato de muitos dos agressores fazerem parte do ciclo íntimo da vítima, por isso as mulheres não veem a medida protetiva como uma opção de proteção. Os crimes cometidos com medidas protetivas, porém, representam 12,8% do total.
“Os feminicídios em que a mulher tinha medida protetiva contra o agressor mostram que não conseguimos proteger essas mulheres. Nós, como sociedade, não temos condições de protegê-los”, reflete a pesquisadora.
O crime de feminicídio é geralmente cometido dentro da casa da vítima (48,6%) por parceiros íntimos (41,9%) ou ex-parceiros íntimos (23,4%). Além de ser um crime brutal, em que o agressor viola a privacidade da vítima, o feminicídio não atinge apenas as mulheres, mas também seus filhos e/ou familiares. O estudo mostra que 17,8% dos assassinatos de mulheres e 21,4% das tentativas de feminicídio foram presenciados pelos filhos das vítimas.
“Um número significativo de crianças presencia séries de violência que a mãe sofre por parte do marido ou namorado. É um mal enorme para um filho presenciar o pai matando a mãe”, afirma Mariano.
Não há dados concretos sobre quantas crianças ficam órfãs por causa do feminicídio no Brasil. Pesquisadores do Fórum de Segurança Pública calcularam, porém, que em 2022 haveria em média 2,3 mil filhos de mães vítimas de feminicídio. No Distrito Federal, o programa “Acolher Eles e Elas”, lançado no início do ano, oferece assistência de R$ 1.412 aos filhos das vítimas.
*Estagiário sob supervisão de Jaqueline Fonseca
Você gostou do artigo? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê sua opinião! O Correio tem espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores através do e-mail sredat.df@dabr.com.br
ra soluções financeiras
blue cartao
empresa de crédito consignado
download picpay
brx br
whatsapp bleu
cartão consignado pan como funciona
simulador crédito consignado
como funciona o cartão consignado pan
ajuda picpay.com