Em cerimônia solene e emocionante, a embaixada do Japão no Brasil homenageou o ex-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o engenheiro agrônomo Eliseu Alves, de 93 anos, por suas contribuições à Cooperação em Pesquisa Agropecuária no Cerrado entre a Embrapa e o Japan International Agência de Cooperação (JICA). Realizada nesta sexta-feira (26/7) na residência de Alves, a cerimônia foi uma homenagem à sua dedicação e ao impacto de suas iniciativas na agricultura brasileira. A pesquisa científica, que permitiu a expansão agrícola no cerrado, nas décadas de 1970 e 1980 foi apoiada pela cooperação japonesa graças a Eliseu Alves.
O embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi, presenteou Eliseu Alves com a Ordem do Sol Nascente, raios dourados, medalha concedida a pessoas que prestaram serviços diferenciados ao Estado em diversas áreas, exceto serviço militar. “A Embrapa sempre teve uma forte colaboração com o nosso país. A JICA e a Embrapa trabalharam, sobretudo, para fazer do cerrado, que era muito infértil, um centro de produção de grãos. , o Japão dependia muito da produção de grãos dos Estados Unidos. Agora, enfrentamos o mesmo problema devido aos conflitos na Ucrânia, além das mudanças climáticas, que afetam muito a produção de alimentos no mundo”, disse o embaixador. em seu discurso.
Ao reunir-se com o embaixador, Eliseu Alves manifestou o seu apreço pelo Japão, afirmando com entusiasmo: “Amo o seu país”. Ele relembrou com carinho suas duas viagens ao Japão. A cerimónia prosseguiu com a entrega de um certificado de condecoração, formalizando o reconhecimento, seguida da entrega da medalha. O Embaixador Hayashi destacou a importância dos esforços de Alves para o relacionamento entre Brasil e Japão. “O Sr. Alves sempre trabalhou duro para o desenvolvimento organizacional da Embrapa durante seu período de fundação e concluiu o Projeto Cerrado em 1977. Sua contribuição para o desenvolvimento foi amplamente reconhecida em todo o mundo. O Brasil tornou-se o maior exportador de soja e milho, através do Cerrado Projeto Brasil/Japão.”
Foi celebrada a contribuição de Eliseu Alves para a agricultura brasileira, especialmente na transformação do cerrado em área produtiva. “O Japão é conhecido como a terra do sol nascente. A medalha tem um sol com raios do sol nascente. É uma significativa homenagem aos estrangeiros que trabalharam com o nosso país e nos assuntos internacionais”, acrescentou o embaixador.
No seu discurso de agradecimento, Eliseu Alves expressou profunda gratidão pela ajuda do Japão à empresa da qual foi um dos principais fundadores. “Quero agradecer muito ao governo japonês pela ajuda que deu à Embrapa. Em vez de dizer o que tinha que ser feito, eles vieram aqui, se juntaram aos brasileiros e ajudaram a construir a Embrapa tão poderosa como é hoje, transformando o Brasil em um grande exportador de alimentos e, acima de tudo, dar continuidade a algo que já existe há muitos anos, a amizade entre o Japão e o Brasil.”
A cerimônia também contou com a presença do diretor executivo de governança e gestão da Embrapa, Alderi Emídio, que destacou como a parceria entre Brasil e Japão continua até hoje. “A cooperação do Brasil com o Japão não é entre um e outro, é uma cooperação de um. Somos todos um. Temos um grande número de japoneses no Brasil. A contribuição que o Japão tem dado ao Brasil em diversas áreas é imensa. Na área da agricultura, os japoneses ajudaram a transformar as regiões brasileiras em regiões ricas.
A contribuição de Alves não apenas fortaleceu a Embrapa, mas também transformou o cerrado em uma das regiões agrícolas mais produtivas do mundo, consolidando a posição do Brasil como um dos maiores exportadores de alimentos.
Quem é Eliseu Alves?
Eliseu Alves, um dos fundadores, ex-diretor e ex-presidente da Embrapa, nasceu em 27 de dezembro de 1930 e foi criado em uma fazenda. Seu envolvimento com a extensão rural começou quando essa prática ainda era incipiente, o que o levou a buscar mais conhecimento para avançar na área. Foi dessa busca que surgiu seu projeto de vida: a criação da Embrapa. Alves é amplamente reconhecido como uma figura-chave na modernização da agricultura brasileira, especialmente por seu papel na construção de um sistema público de pesquisa agrícola que transformou o Brasil em um gigante na produção de alimentos.
Com especial enfoque na pobreza rural, procurou compreender as suas causas e encontrar soluções. Alves observa que, apesar dos avanços, a pobreza no campo continua a agravar-se, com uma pequena parcela da população responsável pela maior parte da produção agrícola.
Formado em engenharia agrícola e mestre em economia agrícola, Eliseu Alves consolidou o serviço de extensão rural de 1955 a 1973. Mais tarde, integrado a um grupo de cientistas sociais, ajudou a conceber e formular o modelo da Embrapa. Mesmo aos 93 anos, continua participando ativamente das reuniões, oferecendo sugestões e recomendações para melhorar as diretrizes e objetivos da Embrapa.
*Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer
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