Três jovens de classe média foram presos em Belo Horizonte acusados de estuprar e agredir coletivamente uma adolescente de 16 anos. Um deles é o jogador de 20 anos do clube de futebol de Taubaté (SP), Lucas Duarte Almeida. Ele nega as acusações, mas imagens de celulares tiradas pelos criminosos e apreendidas pela polícia confirmam a versão da vítima.
Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, os quatro jovens, que já se conheciam, decidiram ir embora. Depois de visitar uma boate, todos foram para a casa de um deles, no bairro Palmares, na capital mineira.
A menina estava com Almeida em um dos quartos quando foi surpreendida pelos outros dois vindo em sua direção. Ela relatou à polícia que, mesmo pedindo que parassem, os três a estupraram e até espancaram com socos, tapas e puxando seus cabelos.
Após os momentos de terror, a menina conseguiu voltar para casa. Mas, por estar envergonhada e traumatizada, não teve coragem de contar para a mãe, apenas para a irmã. Ao ver o sofrimento da adolescente, a irmã relatou o caso à mãe dias depois. A família então contatou a polícia.
O crime ocorreu no final de março e foi denunciado no início de abril. Após exames periciais confirmarem os atos de violência, a Polícia Civil iniciou as investigações, que culminaram na Operação Coerção, deflagrada na semana passada.
Considerado pela polícia o mandante do crime, Almeida entregou-se às autoridades na sexta-feira, aos 26 anos, enquanto os seus dois colegas, ambos de 19 anos, já tinham sido detidos anteriormente. A polícia afirma que as identidades dos suspeitos não foram divulgadas e que o nome do atleta foi descoberto pela imprensa de outras formas.
Os outros dois envolvidos, que não foram identificados, também afirmaram aos investigadores que a relação e as agressões eram consensuais e insinuaram que o próprio comportamento da menina, ao sair com eles para a boate e depois concordar em ir para o quarto com Almeida, indicou que ela concordou com a situação.
“Não, nem sempre”
Neste sábado, a chefe da Delegacia de Família da Polícia Mineira, delegada Carolina Bechelany, disse ao Estadão que o caso está sendo conduzido pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, vinculada à secretaria, e que a investigação está em andamento. ainda em andamento. Ela apelou aos adolescentes e mulheres em situações semelhantes para contactarem a polícia.
“Esse é um fato que não pode ser ignorado pela polícia, principalmente porque algumas provas se perdem com o passar do tempo. Que essa mulher seja incentivada, mesmo tendo passado por uma situação tão delicada, a procurar uma unidade policial para que todas as providências sejam tomadas . Que ela não sinta vergonha e lembre-se que ela é a vítima e por isso precisa de todo o apoio e a Polícia Civil dará esse apoio”, disse Carolina.
“Mais uma vez podemos ver essa tentativa de justificar um crime bárbaro questionando a conduta da vítima. Não há possibilidade de pensar que isso possa ser justificado, não importa se a pessoa gosta de sair, se usa roupa curta. Mesmo que envolva diversão, se estiverem numa relação afetiva, o ato sexual deve ser consentido”, acrescentou.
O chefe do Departamento de Família destacou ainda que “o simples fato de registrar, filmar esse ato, de pornografia envolvendo crianças e adolescentes, constitui crime”.
O mentor
A delegada do caso, Letícia Muller, afirmou que o jogador de futebol incitou as agressões ao convidar os outros dois suspeitos para o quarto enquanto estava com o adolescente, que então foi agredido pelos três. Ela disse ainda que a menina relatou ter levado socos no peito e nas costelas.
“O adolescente chegou a sofrer ameaças de jovens após descobrirem que havia uma queixa-crime registrada na delegacia. Disseram que as imagens seriam vazadas caso avançassem”, disse o delegado.
Segundo ela, ao final da investigação, os três amigos deverão ser acusados de estupro qualificado, com pena de 8 a 12 anos de prisão. E por terem gravado a cena de sexo com menor, cometeram outro crime, com pena de quatro a oito anos de prisão independentemente de as imagens terem sido divulgadas ou não.
Ó Estadão não conseguiu fazer contato com a defesa do jogador
Na sexta-feira, a defesa de Almeida disse que solicitaria a revogação da prisão preventiva de Lucas e afirmou que a relação sexual em grupo teria sido consensual. A defesa disse que não iria entrar no mérito das acusações de agressão.
A reportagem entrou em contato com o Taubaté Esporte Clube, de São Paulo, mas não obteve resposta. Na sexta-feira, o clube havia divulgado comunicado informando que não renovaria o contrato com Lucas, conhecido no time como Lucão.
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