Para a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o Brasil poderá ter o quinto melhor supercomputador do mundo em 5 anos. O ministro conversou com as jornalistas Denise Rothenburg e Samanta Sallum sobre o programa CB.Power – parceria entre Correspondência e TV Brasília —nesta sexta-feira (2/8). Segundo Luciana, se o investimento continuar, o Brasil terá uma estrutura de data center espalhada por todo o país.
Sobre o anúncio do plano brasileiro de Inteligência Artificial — que inclui investimento de R$ 23 bilhões para o setor de tecnologia — Luciana Santos destaca que o foco do plano está dividido em duas fases. “O primeiro é o impacto imediato. Para isso, planejamos 31 ações no serviço público. Consolidamos com os Ministérios da Saúde, Educação, Trabalho, Desenvolvimento Social e Agricultura. Alguns acordos já estão em andamento e as entregas terão início em dezembro, como parte de um Plano Piloto para melhorar a qualidade do serviço público à população”, explica.
“Além disso, a dimensão da infraestrutura para os próximos cinco anos. A capacidade de processamento de dados é essencial para a inteligência artificial e a ciência de dados. Portanto, estamos planejando construir um supercomputador. O escolhido é o LNCC (Laboratório Nacional de Informática) de Petrópolis, conhecido como Santos Dumont”, acrescenta.
Na saúde, o ministro disse que o Brasil pretende se tornar produtor de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) e exportar esses produtos. “Um dos objetivos é alcançar autonomia e soberania em relação a alguns insumos e até equipamentos. Algumas universidades estão desempenhando um papel fundamental neste processo.”
Na Universidade Federal do Espírito Santo estão sendo desenvolvidos equipamentos de ressonância magnética genuinamente brasileiros. Além disso, na Universidade Federal de Minas Gerais, está em andamento a fase final de validação da Spintech, vacina contra a Covid-19 totalmente desenvolvida no Brasil.
“Para apoiar essas iniciativas, o fundo destinou 1,84 bilhão de reais no ano passado, com foco no complexo industrial da saúde. Este investimento visa reforçar a produção de insumos e equipamentos essenciais para a saúde, dinamizando o setor e contribuindo para a independência do país nesta área”, concluiu.
Luciana explica que a Inteligência Artificial vai acelerar significativamente essas soluções, que vão desde a logística. “Um exemplo que gostaria de citar é quando era prefeito: a compra pública de medicamentos às vezes nos fazia chorar, pois a logística envolvida era muito extensa. Tínhamos vários RPAs (Robotic Process Automation) na região administrativa, mas ainda havia lacunas nas unidades de saúde”, afirma.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
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