Como iniciativa de saúde pública para melhorar a assistência neonatal no Brasil, o Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira (8/6), um nota técnica atualização de diretrizes para prevenção da conjuntivite neonatal. Essa infecção ocular, que afeta a conjuntiva dos bebês entre 24 horas e um mês após o nascimento, pode causar complicações graves se não for tratada adequadamente.
A conjuntiva é uma inflamação da conjuntiva, que é a membrana que reveste a pálpebra e cobre a esclera, a camada fibrosa branca e resistente que cobre o olho até a borda da córnea. A condição é considerada uma das principais causas de cegueira infantil, especialmente em países de baixa e média renda. Muitas vezes é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que pode ser transmitida ao bebê durante o nascimento.
No documento, o ministério recomenda a substituição do nitrato de prata a 1% por iodopovidona a 2,5%, eritromicina a 0,5% ou tetraciclina a 1%. As substâncias são consideradas “mais eficazes e causam menos irritação aos recém-nascidos”, segundo a pasta.
Ainda segundo o documento, o nitrato de prata a 1% tem sido associado a desconforto, queimação e, em alguns casos, conjuntivite química em bebês. Por outro lado, a iodopovidona a 2,5% não apresenta problemas de conservação e é acessível, oferecendo “prevenção segura e eficiente”, segundo o Ministério da Saúde.
Estudos recentes demonstraram que a iodopovidona, a eritromicina e a tetraciclina são mais eficazes na proteção contra infecções oculares em recém-nascidos. Essas substâncias são menos irritantes e proporcionam um tratamento mais confortável para os bebês, reduzindo o risco de complicações graves como perfuração da córnea e perda de visão.
Após o nascimento, seja por parto normal ou cesariana, o recém-nascido deve passar por uma série de cuidados imediatos. Se o bebê estiver clinicamente estável, ele é colocado no peito da mãe para contato pele a pele, o que ajuda a estabilizar a temperatura e a respiração e promove o vínculo emocional. A prevenção ocular é uma dessas precauções imediatas.
A mudança nas diretrizes para prevenção da conjuntivite neonatal apresenta um avanço na atenção à saúde infantil no Brasil. Ao substituir o nitrato de prata a 1% por substâncias mais eficazes e menos irritantes, o Ministério da Saúde busca proporcionar um tratamento mais seguro e confortável aos recém-nascidos, prevenindo complicações graves e melhorando a qualidade de vida dos bebês e de seus familiares. “A implementação das novas recomendações pelos hospitais é essencial para minimizar os riscos e melhorar o bem-estar dos recém-nascidos”, reforçou o ministério.
*Estagiário sob supervisão de Andreia Castro
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