Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski, baseado na vida real, é um clássico da literatura universal, escrito no século XIX, a partir de uma história policial: o caso de um velho crente (raskolnik, em russo) que matou duas mulheres com um Machado, cujo julgamento recebeu cobertura jornalística. A partir desse crime, Dostoiévski retrata a crise de consciência de Rodion Raskolnikov, protagonista do romance.
O romance é a resposta atemporal de Dostoiévski aos ideais niilistas da juventude radical da década de 1860. O escritor quis mostrar o que a perda da fé em Deus e o abandono da base moral poderiam causar, a partir da história de Rodion Raskolnikov, que abandona a universidade por falta de dinheiro para pagar os estudos. Algumas pessoas pensam que podem ser melhores que outras. O jovem concluiu que existem dois tipos de pessoas: as comuns e as extraordinárias. Você julga o segundo caso, mas precisa provar seu valor.
Então, ele decide matar a velha agiota a quem deu um relógio em troca de algum dinheiro. Ele simpatiza com Semion Marmeladov, um ex-oficial bêbado cuja história familiar é uma tragédia. Ela dá a ele seus últimos dólares. Por uma carta de sua mãe, ele descobre que sua irmã se casará com um homem rico apenas para pagar seus estudos universitários. Foi o gatilho para convencê-lo de que deveria matar o agiota para financiar seus estudos. A irmã adotiva da mulher, que voltou para casa mais cedo, também foi morta a golpes de machado.
Raskolnikov recebe intimação da polícia, mas a acusação é por não pagamento do aluguel. Ele desmaia ao sair da delegacia ao ouvir o policial comentando sobre o assassinato. Ele enterra tudo o que roubou. Ao descobrir que Marmeladov morreu após ser atropelado por um cavalo, ele entrega o restante do dinheiro à viúva. Sua filha Sônia o convida para o funeral.
Ele decide visitar a polícia com um amigo para recuperar o dinheiro que o agiota assassinado lhe extorquiu. Na ocasião, o detetive Porfiri Petrovich comenta em seu artigo sobre pessoas extraordinárias, autoras de grandes ideias, que se acham no direito de infringir a lei para fazer o bem à Humanidade. Raskolnikov imagina que o policial suspeita dele. Sônia, a quem ele confidenciou o crime, o convence a contar o que fez e promete acompanhá-lo até o campo de prisioneiros da Sibéria. Porfiri também sugere que ele confesse o crime. De qualquer forma, ele faz isso. Ninguém sabia que Raskolnikov era o assassino, exceto ele mesmo.
Dotações Orçamentárias
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, emitiu duas liminares duríssimas para acabar com o chamado orçamento secreto. Deputados e senadores têm R$ 49 bilhões em emendas ao longo de 2024, parte delas conhecidas como emendas pix, que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu para serem auditadas pela Controladoria-Geral da União (CGU). A decisão contrariou os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Amanhã, haverá reunião de líderes da Câmara para discutir como reagir à decisão do ministro. Os deputados temem uma bagunça na distribuição das emendas, principalmente as emendas do pix, que não têm transparência, embora este seja um dos princípios constitucionais do Orçamento da União. O Supremo proibiu a existência do orçamento secreto, sob a presidência da então ministra Rosa Weber.
As alterações de deputados e senadores na Lei Orçamentária passaram de R$ 9 bilhões em 2015 para R$ 49 bilhões em 2024, segundo dados do Siga Brasil – Painel de Emendas, site mantido pelo Senado. Na Lei Orçamentária de 2020, as alterações do RP-9, que são feitas pelo relator da Comissão Mista de Orçamento, chegaram a 20 bilhões. Em 2021, R$ 16 bilhões. Em 2022, R$ 8 bilhões. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse com R$ 15 bilhões em emendas RP-9 herdadas do governo Bolsonaro. Ainda faltam pagar R$ 5 bilhões.
As alterações do pix foram criadas para driblar a proibição do orçamento secreto. Chegam a R$ 15 bilhões este ano, sem qualquer transparência ou controle. Alguns até destinaram recursos para obras em estados diferentes daqueles onde foram eleitos, o que o ministro Dino agora proibiu. Há uma troca de destinação de recursos para auxílio eleitoral. Tudo em segredo. A CGU tem até setembro para elaborar um relatório sobre as dez cidades que mais recebem emendas e uma análise dos riscos das emendas da RP-8, que pode virar caso de polícia.
O Tribunal de Contas da União (TCU) mapeará as alterações até 21 de agosto e terá 180 dias para colocar informações completas sobre os patrocinadores e beneficiários das alterações RP-8 e RP-9 no Portal da Transparência. A CGU também auditará os repasses realizados de 2020 a 2024 por meio de emendas ao Pix, e como os recursos foram gastos ao final. Nada disto seria necessário se os relatores do Orçamento abrissem esta caixa negra. Ninguém sabe para onde foi o dinheiro, mas eles sabem.
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