Em novo depoimento, o fisiculturista e nutricionista Igor Porto Galvão —preso e acusado de feminicídio— mudou sua versão sobre o caso envolvendo a morte de sua esposa, Marcela Luíse. Na nova narrativa, entregue à Justiça no dia 14 de agosto, ele admitiu que empurrou Marcela durante uma discussão em casa e ela bateu a cabeça no chão. Anteriormente, em maio, à Polícia Civil, o fisiculturista afirmou que a mulher escorregou ao limpar a urina dos cachorros.
Questionado sobre não ter falado antes sobre o empurrão, Igor disse que na ocasião não foi questionado e que ficou “preocupado”. “Eles não perguntaram mais nada. Fiquei muito chateado, foi tudo uma coisa muito estranha, foi muito assustador e desesperador e nunca tinha visto minha esposa assim”, disse o fisiculturista em comunicado que o Correspondência teve acesso.
A defesa de Galvão disse ao Correspondência que só se manifestará no processo.
Na versão apresentada à Justiça, Igor relatou que após atender um casal de amigos na residência do casal, Marcela foi limpar o chão que estava sujo de urina de cachorro e foi até seu computador. O aparelho estava ligado e quando ela percebeu que ele havia visualizado a rede social de um ex-amante, eles iniciaram uma discussão e ele acabou empurrando a vítima. “Ela teve um ataque de histeria e do nada começou a me dar um tapa. Aí eu agarrei ela e gritei: ‘sai daqui’ e empurrei ela. Ela escorregou, bateu a cabeça na parede e depois no chão.”
Igor contou que após a queda, Marcela começou a ter convulsões e foi colocada no sofá, após cair novamente. Ele então quis levá-la ao hospital, mas Marcela pediu um tempo para tomar banho. No banheiro ela se sentiu mal novamente e mais uma vez caiu no chão. Só então o fisiculturista levou a vítima ao pronto-socorro. Ele disse ainda que o período entre a queda e a chegada ao pronto-socorro durou 25 minutos. Sobre as lesões identificadas no corpo de Marcela pelo perito, Igor afirmou que ela tinha “histórico” de fraturas. Segundo a polícia, laudos periciais apontaram diversos ferimentos na vítima.
Ainda em seu depoimento à Justiça, o fisiculturista também foi questionado sobre como seria o relacionamento. Ele afirmou que embora fosse claro que o relacionamento não estava funcionando, eles se amavam muito e não conseguiam se separar. “Toda vez que tentei, sofri e voltei.” Igor também admitiu que levou outra mulher para a residência do casal, mas foi quando eles se separaram e moravam juntos para cuidar da filha. Ele também garantiu que nunca agrediu a esposa. A polícia apurou que o fisiculturista já foi indiciado por diversos casos envolvendo violência doméstica.
O depoimento foi prestado durante a audiência de instrução e julgamento, etapa do processo em que é decidido se irá ou não ao júri popular. Na ocasião, alguns amigos e clientes de Igor que estavam no local antes do incidente também foram entrevistados e retornaram após serem informados da internação da vítima. Disseram que Igor contou que a mulher escorregou enquanto limpava o chão.
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