A nuvem de fumaça que se espalha pelo país e toma conta do ar e da paisagem pode ser vista a 1,5 milhão de quilômetros de distância. A imagem foi registrada pela NASA, por meio do Deep Space Climate Observatory (DSCOVR), satélite lançado pela agência espacial americana em 2015 para auxiliar no monitoramento de alertas e previsões climáticas pelos sistemas de medição americanos.
Em imagens DSCOVR, que podem ser acompanhadas em tempo real no portal NOAA (Serviço Nacional de Satélite, Dados e Informações Ambientais), é possível observar a fumaça ocupando principalmente a região da floresta amazônica, abrangendo grande parte dos estados do norte do país. Na semana passada, a situação foi ainda pior e o nevoeiro desceu do Norte, passando pelo Centro-Oeste e atingindo o Sudeste do país. A extensão da poluição causada pelos incêndios foi notícia no próprio site da empresa NASAem 3 de setembro.
O número de focos de incêndio medidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) vem aumentando exponencialmente, segundo dados publicados. Os biomas mais afetados são Amazônia (49,9%), Pantanal (32,6%) e Cerrado (8,9%). O número já é o maior dos últimos 14 anos, e já ultrapassou os 184 mil surtos desde o início do ano. Mais de 70% dos incêndios registrados na América do Sul vêm do Brasil.
Na semana passada, o Sistema Copernicus, responsável pelo monitoramento meteorológico global criado pela União Europeia, informou que 60% do território brasileiro estava coberto por fumaça. No Distrito Federal, a situação se agravou neste domingo (15/9), depois que um incêndio iniciado na Granja do Torto se espalhou, atingindo o Parque Nacional de Brasília. Desde então, já atingiu 1.200 hectares de Cerrado. A capital já sofre uma das piores secas da história segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O DSCOVR foi colocado entre a Terra e o Sol, a uma distância de 1,6 milhão de quilômetros do planeta. No último relatório divulgado pela NASA com base nos registros deste satélite, Brasil e Bolívia foram apontados como os países da América do Sul que mais emitem carbono. Os dois detêm partes consideráveis da Amazônia, que cobre 43% do território boliviano, representando quase 7% da área total do bioma. O Brasil já detém 60% da área florestal total.
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