As mulheres têm salário 20,7% inferior ao dos homens, em 50.692 empresas com 100 ou mais funcionários. Os dados fazem parte do 2º Relatório de Transparência Salarial e Critérios de Remuneração, divulgado nesta quarta-feira (18/9), pelo Ministério da Mulher. O salário médio para os homens é de R$ 4.495,39 enquanto para as mulheres é de R$ 3.565,48.
Entre as mulheres negras, a disparidade entre os homens não negros é ainda maior. Enquanto uma mulher negra recebe, em média, R$ 2.745,26, os homens não negros recebem R$ 5.464,29, uma diferença de 50,2%.
O estudo utilizou dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2023 e foi divulgado durante o evento de lançamento do Plano Nacional de Igualdade Salarial e Trabalhista entre Mulheres e Homens, onde esteve presente a Ministra da Mulher, Cida Gonçalves. Segundo ela, o governo federal tem priorizado internacionalmente a discussão da igualdade salarial de gênero para trabalho igual, como nas reuniões do G20, que o Brasil preside atualmente.
“Os dados do relatório servem de óculos para construirmos soluções para resolver o problema. Nós, como governo, assumiremos nossa responsabilidade e construiremos políticas públicas para que as mulheres, especialmente as mulheres negras, tenham as mesmas oportunidades que os homens. Faço um apelo aos empresários para que estejam conosco”, destacou a ministra Cida Gonçalves durante o evento.
O estudo revelou ainda que 55,5% das empresas adotam planos de cargos e salários como base para definição da remuneração. Além disso, em cargos de chefia e chefia, as mulheres ganham 27% menos que os homens, e em cargos de nível superior a diferença é ainda maior, de 31,2%. Mais de metade das empresas (53%) não contava com pelo menos 3 mulheres em cargos de gestão ou chefia para a realização do cálculo das diferenças salariais. Além disso, 42,7% dos estabelecimentos tinham menos de 10% de mulheres negras ou pardas como funcionárias.
Cida destacou ainda que algumas mulheres são chefes de família, mas continuam recebendo salários mais baixos. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 50,8% das trabalhadoras são responsáveis pela principal fonte de renda do domicílio. Ainda assim, desse percentual, 56,5% são mulheres negras. “Eles ainda acham que as mulheres [ganham] É um complemento ao salário dos homens. Não é. Precisamos convencer as empresas, os homens e o mundo inteiro de que hoje são as mulheres que sustentam as suas famílias. O desafio é colocar as mulheres no centro do debate”, argumentou a ministra.
Para a ministra, o Brasil ainda não inclui as mulheres nas políticas públicas que lhes permitam desenvolver-se economicamente. “Este país precisa de incluir as mulheres nos seus critérios de desenvolvimento económico, na indústria, no trabalho, na agricultura. As mulheres não são coitadas. Todos têm oportunidade, têm condições, se lhes derem oportunidades”, declarou.
*Estagiário sob supervisão de Andreia Castro
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